As Nações Unidas estão a investigar dois novos casos de alegado abuso sexual perpetrado por “capacetes azuis” na República Centro Africana, anunciou esta sexta-feira a organização internacional.

As suspeitas são relativas a abusos de dois menores, ocorridos em maio, na região central de Kemo, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

“A missão recebeu informação sobre dois novos alegados de abuso”, afirmou.

O porta-voz da ONU não deu detalhes sobre o número de militares envolvidos ou das nacionalidades, mas na região central de Kemo estão destacados contingentes do Gabão e do Burundi.

Cerca 106 pessoas da região de Kemo denunciaram durante o ano de 2014 e 2015 abusos sexuais ou exploração por parte das forças de paz.

Nos últimos meses, investigadores da ONU falaram com cerca de 50 testemunhas, mas as acusações ainda não foram fundamentadas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, demitiu o comandante da Missão da ONU na República Centro Africana (MINUSCA) o ano passado devido às acusações de abuso sexual, mas continuam a ser reportados novos casos.

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A intervenção da ONU na República Centro Africana está a ser amplamente criticada devido a várias acusações de abusos sexuais de menores pela parte de “capacetes azuis”.

Em junho de 2015, a ONU anunciou a criação de uma comissão independente para investigar denúncias de abusos sexuais na República Centro Africana cometidos alegadamente por soldados estrangeiros destacados no país no âmbito da missão das Nações Unidas.

As tropas internacionais chegaram ao país em 2013, após uma guerra civil que provocou milhares de mortos.

A ONU tem defendido “tolerância zero” para casos de abusos sexuais que envolvam “capacetes azuis”.