Milhares de manifestantes saíram às ruas de Londres nesta manhã de sábado para protestarem contra a saída do Reino Unido da União Europeia, determinada pelo referendo de 23 de julho. A manifestação começou na Park Lane e terminará na Parliament Square.

O número exato de manifestantes não é conhecido — tanto o The Guardian como o The Independent referem apenas “milhares” –, mas o evento no Facebook onde o protesto era anunciado contava com 34 mil pessoas a dizerem que iam estar presentes.

Um dos organizadores da manifestação, Kieran MacDermott, estudante no King’s College, escreveu na página do evento que ainda é possível “prevenir o Brexit ao recusar o referendo como a última palavra e tirar o nosso dedo do botão da auto-destruição”. O facto de a manifestação terminar em frente ao parlamento não é mero acaso, mas antes uma maneira de pressionar o órgão que, de acordo com MacDermott, pode evitar uma saída do Reino Unido da União Europeia através da realização de um novo referendo ou de eleições antecipadas: “O parlamento tema responsabilidade de ponderar a nossa democracia cuidadosamente e de convocar uma nova ida às urnas antes de aceitar o declínio do Reino Unido”.

Neste momento, uma petição a favor da repetição do referendo de 23 de junho já foi assinada por mais de 4 milhões de pessoas.

Outro organizador, o comediante Mark Thomas, disse ao The Guardian que aceitaria “o resultado do referendo se ele tivesse sido disputado de forma justa”, disse. “Mas esteve cheio de desinformação e [agora] as pessoas precisam de fazer alguma coisa com a sua frustração.”

Entre os manifesantes, há quem segure cartazes “I will always love EU”, um trocadilho com “EU” (União Europeia) e “you” (tu), de sonoridade semelhante. Também há quem tenha escrito “Fromage, not Farage”. Ou seja, “Queijo [em francês] e não Farage”. Nigel Farage, eurodeputado e líder do partido eurocético UKIP, foi uma das caras principais na campanha pela saída do Reino Unido da UE. Quando o resultado final ficou conhecido, disse que o dia 23 de junho devia passar a ser um feriado nacional conhecido como “Dia da Independência”.

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