Os intensos bombardeamentos lançados pelo regime sírio numa localidade sob domínio rebelde próxima da capital Damasco fez 43 mortos este sábado, incluindo crianças e pessoal médico, segundo um novo balanço divulgado hoje pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Jairud, a 60 quilómetros a nordeste de Damasco, foi palco, este sábado, durante horas, de ataques aéreos e de artilharia, que puseram termo a uma trégua acordada entre o regime e responsáveis locais que vigorava há dois anos.

Rami Abdel Rahman, diretor da organização não-governamental com sede em Londres, afirmou que dois médicos figuram entre as vítimas mortais, bem como crianças e mulheres.

O bombardeamento — o primeiro em Jairud em pelo menos dois anos — surgiu depois de, na sexta-feira, as forças sírias terem prometido vingar a captura e morte de um dos seus pilotos, cujo avião caiu perto de Jairud devido a “problemas técnicos”, pelo grupo rebelde Jaich al-Islam (Exército do Islão), presente naquela localidade.

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O grupo anunciou ter abatido o avião e capturado o piloto, mas o seu porta-voz divulgou depois uma foto do piloto caído no chão e com um buraco de bala na nuca e acusou o ramo da Al-Qaida na Síria, a Frente al-Nusra, também presente em Jairud, de o ter executado.

Hoje, Rami Abdel Rahman afirmou que figuras proeminentes de Jairud alcançaram um acordo com membros do governo “para que combatentes [rebeldes] deixassem a cidade como moeda de troca pela entrega do corpo do piloto”.

Uma página do Facebook administrada por ativistas de Jairud que publica notícias sobre a cidade diz que os rebeldes começaram a retirar-se das suas bases na cidade durante a madrugada.

Mais de 280 mil pessoas morreram desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011.