Desde que a a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) tinha nascido, em 1952, que o Reino Unido se mantinha à margem dos mercados comuns. Mas, no final dos anos 50, Harold Macmillan — primeiro-ministro britânico na altura — estava decidido a mudar o rumo da História do país: chamou Edward Heath e destacou-o como negociador da entrada do Reino Unido no Mercado Comum. Heath dirigiu-se ao povo garantindo que “a integração europeia não aconteceria sem o consentimento total dos parlamentos e das pessoas dos países-membros”. A integração na Comunidade Económica Europeia (CEE) veio a aconteceu a 1 de janeiro de 1973, com Edward Heath já no papel de primeiro-ministro. E sem qualquer referendo.

A possibilidade de entrar na CEE — uma evolução da CECA e que veio a dar origem à União Europeia — causou várias divergências políticas dentro dos partidos. O Partido Trabalhista dividiu-se e algumas facções aproximaram-se dos conservadores: uns não queriam a entrada e outros apoiavam-na; uns queriam que as decisões fossem tomadas por votação, outros discordavam. Em 1974, os trabalhistas prometeram a renegociação dos termos em que o Reino Unido participava na CEE, mas o manifesto dava mais detalhes sobre o assunto. Dizia que o partido “daria aos britânicos a última palavra”. Primeiro, estas palavras foram lidas como abrindo caminho a uma possível organização de eleições em 1975, mas a vitória larga do partido deixou cair por terra a hipótese de outras eleições gerais. Isso e o facto de não haver na lei do Reino Unido qualquer alínea que permitisse pensar na realização de um referendo.

Não havia até ali, porque o governo lançou uma proposta de lei que havia de se tornar no Ato de Referendo de 1975, que veio a permitir que houvesse um referendo nacional acerca da permanência do país na CEE.

Quando o Ato de Referendo de 1975 foi aprovado, o Reino Unido preparou-se para decidir se queria continuar a pertencer à CEE. Os dois lados da discussão entraram em campanha. A 5 de junho, os britânicos responderam à pergunta: “Acha que o Reino Unido deve permanecer da Comunidade Europeia (Mercado Comum)?”. E responderam que sim, com 67% a favor da permanência. Veja as imagens da campanha do referendo na fotogaleria.

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