Quatro anos e onze meses depois, as palavras que todos esperávamos: “NASA, bem-vindos a Júpiter”. A sonda Juno chegou à órbita do maior planeta do Sistema Solar na madrugada de quatro para cinco de julho. Os engenheiros demoraram 35 minutos para desligar os motores da sonda espacial com quase quatro toneladas e deixá-la completamente à mercê no campo gravítico do gigante gasoso.

Ao fim desse tempo, chegaram à Terra os primeiros sons captados pela Juno nas proximidades de Júpiter. Primeiro, pudemos aceder ao som emitido pela sonda assim que entrou na zona de influência da magnetosfera de um planeta que, sozinho, tem uma massa quase três vezes maior que todos os outros planetas do Sistema Solar unidos num só. Oiça o som aqui em baixo.

A magnetosfera é uma região que controla as partículas elétricas que existem na atmosfera de um astro. Ora, quando a sonda Juno entrou na zona que divide a atmosfera de Júpiter e a sua magnetosfera – uma linha chamada choque em arco – um novo som foi produzido e enviado pela sonda para os escritórios da NASA. É mais um som gutural, mas algo estridente. Oiça-o a seguir.

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Rick Nybakken, gestor do projeto que levou o Homem a um corpo que está a, pelo menos, 628 milhões de quilómetros de distância da Terra, não conseguiu esconder o entusiasmo ao falar sobre estes sons: “Esta noite, a Juno cantou para nós e foi uma música de perfeição”.

Muito se espera da missão espacial protagonizada pela Juno. De acordo com o comunicado enviado pela NASA, foram delineados quatro metas essenciais para esta missão: determinar que quantidade de água existe na imensa atmosfera de Júpiter para entender que teoria de formação dos planetas está, de facto, correta; entender a composição da atmosfera do gigante gasoso, além da sua temperatura e do seu comportamento; estuda o campo gravítico e o campo magnético do planeta para saber como é a sua estrutura interna (ambos os campos são produzidos pelas camadas menos superficiais dos astros); analisar os polos do planeta e as auroras que por lá existem, o que pode dar dados sobre como é que o campo magnético influencia a atmosfera de Júpiter.