A polícia federal brasileira iniciou esta quarta-feira de manhã uma operação autonomizada das investigações relacionadas com o Eletrolão e a Lava Jato, a que chamou Pripyat, e cujo principal alvo se encontra detido, noticiou o jornal Folha de S. Paulo.

A operação tem como principal visado o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, a subsidiária nuclear da Eletrobras, que já cumpria prisão domiciliária, noticiou o jornal.

Os outros visados nesta nova operação da polícia federal brasileira são funcionários da empresa estatal e operadores financeiros que viabilizavam o pagamento de comissões ilícitas a dirigentes da energética brasileira.

O Folha de S. Paulo dá conta que foram expedidos, pelo menos, nove mandados de prisão outros tantos de condução coerciva e 26 mandados de busca e apreensão, a executar no Rio de janeiro e Rio Grande do Sul.

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De acordo com fonte não identificada da Polícia Federal brasileira ao Folha, as investigações apontam para um esquema em que “um clube de empreiteiros atuava para desviar recursos da Eletronuclear, principalmente destinados às obras da [Central Nuclear de] Angra 3”.

O nome desta operação, explicou ainda a polícia, é uma referência à cidade homónima da Ucrânia, que foi arrasada pelo acidente de Chernobyl.

A operação Eletrolão, que investiga irregularidades na elétrica brasileira Eletrobras, é ela própria derivada da operação Lava Jato, a maior operação de corrupção que investiga o maior esquema de corrupção da história do Brasil, envolvendo várias empresas, entre elas a gigante petrolífera estatal Petrobras.

Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear entre 2015 e 1015, foi preso no âmbito da Eletrolão, sendo acusado de receber 4,5 milhões de reais (1,23 milhões de euros) em subornos.

Formado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado no MIT (Massachusetts Institute of Technology), Othon foi um dos nomes mais importantes do programa nuclear brasileiro.