A resposta aos doentes que precisam de colonoscopias em regiões como Lisboa progrediu, mas a Europacolon considera que ainda não está resolvida e terá de melhorar para responder aos casos que surjam no rastreio que arranca este ano.

“Se estamos a organizar a implementação de um rastreio de base populacional através de sangue oculto nas fezes, sabemos que cinco por cento vão dar testes positivos. É preciso uma resposta antes do início do rastreio para se fazerem rapidamente as colonoscopias totais a quem for detetado sangue oculto nas fezes”, disse à Lusa Vitor Neves, presidente da Europacolon Portugal – Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

As preocupações da Europacolon surgem um dia antes do primeiro congresso de oncologia digestiva promovido pela organização, que começa sexta-feira e pretende contar com a participação da população, além dos especialistas.

O rastreio de base populacional ao cancro do cólon e reto vai avançar este ano, segundo determinação do atual Ministério da Saúde.

Em Portugal, o acesso às colonoscopias com sedação, pagas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), era até há pouco tempo muito difícil em determinadas zonas do país, como na Grande Lisboa.

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“A situação está melhor. Há cerca de 12 empresas que estão a aceitar inscrições para fazer coloscopias com sedação”, disse Vitor Neves, para quem é necessária a criação de condições para responder aos futuros casos que vão nascer do rastreio.

Isto porque “o objetivo é um diagnóstico precoce e o tratamento que as pessoas necessitam”.

Além do rastreio e das colonoscopias, o congresso vai abordar vários temas que passam pelo apoio ao doente com cancro, ao nível físico e psicológico, pela importância dos comportamentos e pelos avanços da resposta farmacológica.

Vitor Neves sublinha que este não é um congresso como os outros, já que, até pelo próprio preço e o que ele inclui, nomeadamente refeições, pretende ser participado pela população, que, desta forma, pode conhecer mais sobre a sua doença e como a qualidade da sua vida pode melhorar.

No congresso, que decorre sexta-feira e sábado, no Porto, será ainda homenageado o médico e investigador Manuel Sobrinho Simões.