Pela segunda vez na História, o próximo líder do governo britânico vai ser uma mulher. Theresa May e Andrea Leadsom são as duas candidatas que vão disputar a última ronda de votações para a liderança do Partido Conservador. Esta quinta-feira, na segunda volta das eleições internas, Michael Gove foi eliminado da corrida, ao alcançar apenas 46 votos dos deputados conservadores.

Assim ficou a votação:

Theresa May teve uma vitória por larga margem, ao colher o apoio de 199 deputados. Em segundo lugar ficou Andrea Leadsom, com 84 votos. E Michael Gove não foi além dos 46 apoios. Agora, a terceira ronda de eleições será aberta aos cerca de 150 mil militantes do partido e terminará a 9 de setembro, altura em que se vai conhecer a identidade da próxima primeira-ministra britânica.

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May está bem encaminhada para suceder a David Cameron no número 10 de Downing Street, que o atual primeiro-ministro vai deixar no fim do verão, depois de o Brexit ter sido a opção escolhida pelos britânicos no referendo de 23 de junho. A ministra do Interior do governo de Cameron já tinha ganho a primeira votação dos deputados por uma larga margem e obteve os apoios de dois candidatos que entretanto saíram da corrida.

Depois de conhecido o resultado desta quinta, Theresa May mostrou-se “satisfeita” e declarou que é a única pessoa capaz de unir o Partido Conservador. “Temos uma grande tarefa à nossa frente: unir o partido e o país, negociar o melhor acordo possível quando sairmos da União Europeia e pôr a Grã-Bretanha a trabalhar para as pessoas. Sou a única candidata capaz de fazer face a essas três coisas como primeira-ministra”, disse May, citada pelo jornal The Independent.

A próxima primeira-ministra, seja May ou Leadsom, terá de negociar a saída do Reino Unido da União Europeia, determinada pelo referendo de há duas semanas. A figura mais mediática do Partido Cosnervador a defender o Brexit, Boris Johnson, excluiu-se da corrida à liderança partidária. Dias antes, Michael Gove anunciou que iria ele próprio concorrer às eleições internas, um gesto que foi encarado como uma traição a Johnson, de quem era um dos maiores apoiantes.

Margaret Thatcher foi, até hoje, a primeira e única primeira-ministra britânica. Liderou o Reino Unido numa das fases mais complexas do século XX e tornou-se altamente controversa pelas opções políticas e económicas que tomou. A missão de May ou Leadsom será igualmente desafiante.

Uma comparação entre as duas candidatas feita pela CNN. Theresa May é ministra do Interior desde o primeiro governo de David Cameron e apoiou a permanência do Reino Unido na União Europeia, embora seja eurocética e garanta que vai respeitar o resultado do referendo. Já Andrea Leadsom é uma apoiante manifesta do Brexit e definiu isso como o principal objetivo e desafio do eventual mandato governativo.