Torres Vedras já entregou a candidatura do Carnaval a Património Nacional Imaterial junto da Direção Geral do Património Cultural (DGPC) anunciou, esta quinta-feira, a vereadora da Cultura, a dois dias do Carnaval de Verão, na praia de Santa Cruz.

O município pretende “valorizar o Carnaval e garantir a salvaguarda do património a ele associado” ao candidatar as festividades de Torres Vedras ao registo e à classificação de Património Nacional Imaterial, afirmou Ana Umbelino.

Segundo a autarca, este é o primeiro passo para um “futuro reconhecimento mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)”, através de uma candidatura do país que o município ambiciona.

“É uma manifestação cultural que envolve a comunidade e que está inscrita na identidade local, passando de geração em geração rituais” que estão enraizados, referiu, sublinhando que o Carnaval de Torres é o “mais português de Portugal”.

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São característicos das celebrações a chegada e entronização dos reis, o julgamento e enterro do Carnaval e as matrafonas (homens com roupas e acessórios habitualmente usados por mulheres).

De acordo com o município, o Carnaval insere-se nas tradições do Entrudo português, cujas raízes remontam às festas pagãs relacionadas com as festas de inverno e os cultos de fertilidade e da abundância no início da primavera, incluídos pelo Cristianismo no calendário litúrgico.

Considerada uma festividade urbana, o Carnaval de Torres Vedras remonta a 1930, quando uma elite local republicana e um grupo social comercial/industrial emergente começou a organizar o primeiro corso, com carros alegóricos, batalhas de flores e inspiração nos modelos carnavalescos franceses e italianos.

Contudo, dadas as características também rurais do concelho, apresenta em simultâneo algumas reminiscências do Entrudo rural, como o enterro do Entrudo na quarta-feira de cinzas, o cortejo fúnebre e o julgamento, condenação e queima do rei.

O Carnaval atrai hoje em dia à cidade 350 mil visitantes nos cinco dias em que decorre, no inverno, e gera receitas de 10 milhões de euros na economia local, que aumenta as suas vendas em 30%.

No verão, o município promove desde 1995 o Carnaval de Verão, cuja edição deste ano se realiza no sábado pelas ruas da praia de Santa Cruz, com grupos de mascarados locais, grupos de percussão, ‘Zés Pereiras’ e ‘Cabeçudos’ e escolas de samba e caretos.

A animação continua pela madrugada, com música de dj nos bares e nos palcos ao ar livre.