A procuradoria de Braunschweig, Alemanha, abriu um processo contra o grupo Volkswagen, que poderá ser obrigado a pagar uma multa relacionada com os benefícios obtidos ilegalmente com a manipulação das emissões de gases em 11 milhões de veículos.

O procurador Kçaus Ziehe confirmou ao diário alemão Süddeutsche Zeitung e às rádios regionais NDR e WDR a abertura do processo por eventuais “vantagens económicas” alcançadas pelo grupo Volkswagen ao instalar um software nos automóveis que falseava os resultados dos testes de emissões de gases.

Segundo explicam os media citados, se a Volkswagen em vez de ter manipulado os resultados tivesse melhorado os dispositivos de controlo das emissões poluentes, os seus lucros teriam sido presumivelmente menores. Por isso, as autoridades judiciárias exigem a devolução da diferença.

Como exemplos anteriores do procedimento agora adotado pela procuradoria de Braunschweig, o diário refere as multas impostas pela procuradoria de Munique à Siemens (600 milhões de euros) e à MAN (150 milhões) por subornos pagos às autoridades e funcionários de diferentes partes do mundo para conseguir novos contratos e concessões.

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Este novo processo junta-se às investigações iniciadas pela procuradoria de Braunschweig por fraude e manipulação no escândalo das emissões de gases após a descoberta do caso e as ações ativadas em outros países, como Espanha.

Na passada semana, a Audiência Nacional espanhola decidiu, a pedido da Procuradoria-Geral, imputar à Volkswagen a alegada manipulação de determinados motores diesel de quatro cilindros, o que configura um delito de fraude nas subvenções e um dano contra o meio ambiente.

Nos Estados Unidos, onde rebentou o escândalo da manipulação das emissões, o grupo alemão alcançou um acordo com as autoridades e os consumidores, através do pagamento de 14.700 milhões de dólares (13.300 milhões de euros, ao câmbio atual).