O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) mostrou-se contra a concentração no setor bancário, considerando que, além de os bancos ficarem mais difíceis de supervisionar, perdem também em rentabilidade.

Carlos Tavares está hoje a ser ouvido em audição no parlamento e, perante os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, disse que já há anos se debruça sobre o tema da consolidação bancária e que vários estudos mostram que “não existem economias de escala” na banca.

Ou seja, explicou, os bancos precisam de “uma dimensão mínima para rentabilizar”, mas a partir daí criam-se mesmo “deseconomias de escala”, ou seja, bancos demasiado grandes perdem rentabilidade.

“Quanto maiores forem os bancos, incorrem em mais riscos, são mais difíceis de supervisionar e sem contrapartida de eficiência”, afirmou, acrescentando que não conhece qualquer estudo que conclua o contrário.

Apesar disso, referiu, um estudo mostra que 37 bancos que existiam nos Estados Unidos da América em 1996 deram origem a apenas quatro.

A banca europeia e portuguesa tem estado em processo de concentração e tem sido mesmo falada a necessidade de acelerar este processo, considerando-se que com menos operadores e mais poderes de mercado é mais fácil os bancos confrontarem as baixas rentabilidades e as maiores exigências da regulação.

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