O espanhol CaixaBank, maior acionista do português BPI, anunciou em Barcelona a entrada em funcionamento do seu novo escritório de São Paulo, no Brasil, “para apoiar os projetos empresariais na principal economia da América do Sul”.

“A partir deste escritório, o CaixaBank pode oferecer serviços de assessoria especializada e soluções financeiras a mais de 400 empresas espanholas presentes” no Brasil, explica o banco espanhol com sede em Barcelona num comunicado de imprensa.

No continente Americano, o CaixaBank já tinha escritórios em três cidades: Nova Iorque (Estados Unidos), Bogotá (Colômbia), e Santiago do Chile (Chile).

O Caixabank tem 45,16% do capital social do BPI, mas pretende o controlo maioritário dessa entidade portuguesa, tendo lançado em abril uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o banco português, no dia 18 de abril, a 1,113 euros por ação.

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O CaixaBank quer comprar o capital do BPI que ainda não controla por cerca de 900 milhões de euros.

Isto, depois de terem falhado as negociações com Isabel dos Santos, empresária angolana que é a segunda maior acionista do BPI (18,6%), através da Santoro, para resolver a questão de excesso de exposição do banco português a Angola, onde opera através do Banco de Fomento Angola (BFA).

Além disso, a filha do Presidente da República de Angola detém também 42,5% do angolano BIC – que atua no mercado português através do BIC Portugal -, sendo a maior acionista da instituição.

Mário Silva, o representante de Isabel dos Santos na administração do BPI, solicitou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que aponte um auditor independente para fixar o preço mínimo da OPA lançada pelo CaixaBank.

Outro acionista com mais de 2,0% do capital do BPI, a Holding Violas Ferreira, também já se manifestou contra a oferta do banco catalão, tendo dito em 15 de maio que a oferta não reflete o valor do BPI, nem sequer inclui um prémio pelo controlo do banco.

O BPI tem agendada uma assembleia-geral para o próximo dia 22 de julho onde vai ser votada a supressão dos limites aos direitos de voto dos acionistas.