Em 1979, apenas dois países do mundo eram liderados por mulheres: o Reino Unido e Portugal. É certo que Margaret Thatcher esteve dez anos no poder e deixou uma marca na política britânica, enquanto Maria de Lurdes Pintassilgo, que nem foi eleita, teve uma discreta passagem de cinco meses pelo quinto governo constitucional.
Esta semana, Theresa May tornou-se na a segunda primeira-ministra britânica (e a escolha era entre duas mulheres). O que aconteceu nos últimos 37 anos em relação aos direitos das mulheres? A CNN recolheu alguns dados, e nós mostramos mais alguns.
Há mais mulheres à frente de países
Há 16 países, atualmente, liderados por mulheres. São primeiras-ministras ou presidentes, e ainda fazem parte das primeiras gerações de mulheres no poder. É uma evolução clara em relação às duas de 1976, mas o mapa do mundo ainda é sobretudo liderado por homens.
Há mais mulheres com estudos superiores em Portugal
Dados recolhidos pela Pordata mostram que em 1978, havia pouco mais de 34 mil mulheres inscritas no ensino superior em Portugal, contra mais de 47 mil homens.
Hoje, a realidade inverteu-se. Além de um aumento significativo em termos absolutos, existem mais mulheres do que homens a estudar no ensino superior. Dados de 2015 revelam mais de 187 mil mulheres inscritas nas universidades e politécnicos portugueses, contra cerca de 162 mil homens.
Mas continua a haver mais desempregadas do que desempregados
Esta informação precisa de um dado prévio: em Portugal, a população feminina é superior à masculina. Em 1970, existiam mais 400 mil mulheres do que homens. Em 2011, cerca de mais 500 mil a residir no país.
Ainda assim, a proporção é significativa. O histórico de população desempregada em Portugal desde 1979 é claro: a linha das mulheres esteve sempre bem acima da linha dos homens. Atualmente, há mais 300 mil mulheres desempregadas do que homens.
E as mulheres continuam a receber menos do que os homens
Os dados da Pordata relativos aos salários mostram que o salário médio dos homens continua bastante superior ao das mulheres.
Trabalham menos horas por semana do que os homens
Relativamente a este ponto, os dados da Pordata apenas estão disponíveis desde 1983. Apesar de se notar uma tendência de aproximação, a diferença está a esbater-se — o número de horas de trabalho semanal continua superior para os homens.
Os filhos chegam cada vez mais tarde
A tendência é clara: a idade média das mulheres na altura do nascimento do primeiro filho tem vindo a aumentar ao longo do tempo. Se em 1979 era comum as mulheres terem o primeiro filho pouco depois de fazerem vinte anos, atualmente só depois dos 30 é que chegam os primeiros filhos.
No mundo, mudou muita coisa, mas há outras que continuam na mesma. Theresa May cumprimentou esta semana a mesma rainha que deu posse a Margaret Thatcher há 37 anos.