Segundo informação avançada pela agência Reuters, o regulador ambiental californiano rejeitou a proposta do Grupo Volkswagen, que previa a recolha de 16.000 modelos da Audi (A8), Porsche (Cayenne) e Volkswagen (Touareg) animados pelo motor 3.0 TDI, e produzidos entre 2009 e 2016, com vista a intervencioná-los de forma a estarem conforme a lei local. Para a California Air Resources Board (CARB), o plano do grupo germânico para resolver a questão dos dispositivos instalados nestes motores, capazes de falsar as respectivas emissões poluentes, foi considerado insuficiente: “As propostas da Volkswagen e da Audi são incompletas, e estão longe de cumprir as exigências legais para repor estes veículos de acordo com a sua alegada configuração certificada.”

A CARB afirma ainda que não possuirá elementos suficientes, pelo menos até Dezembro próximo, que permitam determinar se a intervenção que o Grupo Volkswagen pretende efectuar nestes motores, realmente resultará como pretendido em todos os modelos afectados. Se essa reparação não for possível, a empresa poderá ter de recomprar os veículos em questão, o que lhe poderá custar milhares de milhões de dólares, a adicionar ao que já foi gasto em operação semelhante relacionada com os motores de 2,0 litros (cerca de 10 mil milhões de dólares para recomprar 475 mil veículos equipados com motor 2.0 TDI com emissões “falsas”).

Esta decisão não só terá causado alguma surpresa junto dos mais proximamente envolvidos no processo – tendo em conta que a Volkswagen afirmou, em Junho passado, ter condições para reparar todos os veículos que, a nível nacional, necessitam de intervenção no motor 3.0 TDI para cumprir com as leis vigentes nos EUA, e que a intervenção em questão nem seria complicada -, como tenderá a afectar os planos de reparação desses 85.000 veículos em qualquer ponto do território norte-americano.

A verdade é que a própria EPA, a agência de protecção ambiental norte-americana, concordou que o Grupo Volkswagen não apresentou uma proposta de plano de recolha de veículos com motor 3.0 diesel passível de aprovação pelas autoridades. Para além de que continua a não ser claro de que forma, após a desactivação dos chamados “dispositivos auxiliares de controlo de emissões”, estes motores vão cumprir com as normas anti-poluição norte-americanas, algo que a Audi se terá recusado a esclarecer. Seja como for, as conversações entre todas as partes envolvidas vão continuar.

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