Os principais candidatos para as presidenciais de domingo em São Tomé e Príncipe demarcam-se da tradicional compra de votos, conhecido localmente como o ‘banho’ e há mesmo quem proponha alteração das regras para impedir o processo.

“Se o voto fosse obrigatório, o ‘banho’ iria diminuir”, diz Maria das Neves, candidata apoiada por vários partidos, entre os quais o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD), a principal força da oposição no parlamento.

Para o candidato apoiado pelo governo, da Ação Democrática Independente (ADI), Evaristo Carvalho, as “coisas estão a mudar” no país, esperando que o fenómeno desapareça naturalmente, graças “às campanhas e educação” dos são-tomenses.

“Ainda existem algumas pessoas que votam pelo banho mas as coisas estão a mudar. O partido, que ganhou a maioria absoluta nas últimas eleições, teve menos posses para pagar o ‘banho’ e ganhou”, exemplificou.

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Já o Presidente e recandidato, Manuel Pinto da Costa, recordou a sua posição contrária ao ‘banho’, “desde sempre”.

O antigo líder do partido único (MLSTP-PSD) e atual chefe de Estado considera que o “cidadão nacional deve escolher os candidatos em função dos seus programas e não em função dos ‘banhos’ que tem”.

“O ‘banho’ leva o cidadão a agir mais em função do que aquilo que recebe de imediato mais do em que acredita”, salienta o candidato, em declarações à Lusa.

No entanto, para Maria das Neves “os discursos bem-intencionados” sobre o ‘banho’ não chegam e é necessário alterar o modelo de votação.

“Já propus o voto obrigatório e um debate sobre o ‘banho’ mas não tive resposta”, diz.

Para a candidata, “se cada eleitor for penalizado por não votar, terá que ir e depois vai votar em consciência e não porque é pago”.

Além destes três candidatos, concorrem nas eleições de domingo o professor Manuel do Rosário e o economista Hélder Barros.