O Ministério das Finanças esclareceu que o Banco Central Europeu não vetou quaisquer propostas apresentadas pelo Governo para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), incluindo os nomes propostos para a administração, nem apresentou qualquer exigência ou plano alternativo.

“Tanto o BCE [Banco Central Europeu] quanto a Comissão [Europeia] têm apoiado o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, não tendo havido qualquer veto às propostas apresentadas pelo Governo, designadamente veto a nomes propostos. Nem qualquer exigência ou apresentação de um plano alternativo”, disse fonte oficial do Ministério das Finanças à Lusa.

O esclarecimento do ministério surge depois de o comentador da SIC Luís Marques Mendes ter afirmado no domingo que existe neste momento “um braço de ferro” entre o BCE, por um lado, e Governo e o novo presidente da Caixa, por outro, com base numa carta, a que diz ter tido acesso, enviada pelo banco central à instituição financeira portuguesa a 08 de junho, segundo noticiou o Expresso, no seu ‘site’.

Marques Mendes adiantou ainda que o BCE quer menos administradores na Caixa, recomendando um máximo de 15, o que vai contra os 19 que o Governo pretende, e acrescentou “que existem vários membros não executivos do Conselho de Administração da Caixa que não têm experiência na área da banca, quando o BCE diz que devem ter”, de acordo com a mesma fonte.

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Além disso, o comentador ainda referiu que o BCE se opõe à acumulação de funções entre presidente do Conselho de Administração e presidente da Comissão Executiva.

O Ministério das Finanças lembra que o Governo se encontra, enquanto acionista, a avaliar e a discutir com as entidades europeias a substituição do Conselho de Administração da CGD e o seu plano de capitalização, conversações que “têm evoluído de forma construtiva”.

Sobre a capitalização, acrescenta a nota do ministério, o valor será apurado após a entrada em funções da nova administração, sustentado na auditoria já anunciada pelo Governo e em função das negociações em curso.

O ministério liderado por Mário Centeno diz ainda que “a divulgação de cartas entre entidades europeias e a CGD não contribui de forma positiva para a resolução de questões que são determinantes para o futuro” do banco.