O novo ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, apelou esta segunda-feira à União Europeia (UE) para deixar margem para uma futura cooperação em assuntos estratégicos, mesmo depois da saída do Reino Unido da UE.

“Queremos muito ver a UE a desenvolver-se e a ir em frente. O que nós queremos é ter a certeza de que há portas abertas para uma maior participação do Reino Unido no futuro”, disse Johnson depois de um primeiro encontro com os seus colegas na UE em Bruxelas.

Boris Johnson garantiu que o receberam “muito bem” e, durante o encontro – que qualificou como “muito produtivo” – expôs aos seus homólogos o “ponto crucial desde a perspetiva do Reino Unido de que [têm] de cumprir a vontade dos britânicos e que o ‘Brexit’ significa ‘Brexit'” depois do voto a favor da saída da UE.

O novo chefe da diplomacia britânica acrescentou que também disse aos outros ministros que o ‘Brexit’ não significa “de forma alguma o fim do compromisso, da participação do Reino Unido na Europa, nem do apoio a todo o tipo de projetos europeus, especialmente na área da política externa”.

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O ex-presidente da Câmara de Londres, cuja nomeação provocou críticas e sarcasmo, foi recebido com muita curiosidade e uma certa apreensão em Bruxelas, a capital da UE, onde já foi correspondente na década de 1990.

Apesar de ser normalmente provocador, Boris Johnson assumiu o papel de diplomata e apareceu de forma relaxada e amigável com seus colegas.

Este Conselho dos Negócios Estrangeiros, que teve a presença inédita do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, decorreu num clima de crise na Europa, agravada pelas ameaças terroristas e pela instabilidade na Turquia.