O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse numa entrevista publicada esta segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo que a petrolífera brasileira não será privatizada.

Parente afirmou que não acha que a sociedade brasileira esteja madura para “sequer discutir a privatização”.

Pro outro lado, admitiu que está a analisar a venda de ativos da estatal citando propostas de fazer o controle compartilhado com o setor privado de algumas empresas subsidiárias da Petrobras, como a BR Distribuidora e a Transpetro.

Depois de o Presidente interino, Michel Temer, ter tomado posse no passado 12 de maio, o Congresso brasileiro acelerou a votação de um projeto de lei que visa aligeirar as regras de concessão de exploração de petróleo no país retirando obrigações da Petrobras.

As novas regras ainda em análise indicam que a Petrobras terá preferência no momento de decidir se vai operar novos blocos do pré-sal (nome dado a uma grande reserva de petróleo localizada no litoral do país), mas não terá a obrigação de participar na exploração se não quiser.

Atualmente, a empresa é obrigada por lei a fazer parte dos consórcios. O único bloco do pré-sal que já foi leiloado é o campo de Libra, o maior da área, que tem reservas de 8.000 e 12.000 milhões de barris de petróleo recuperável.

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Este projeto de lei foi aprovado pelo Senado (câmara alta parlamentar) e por uma comissão da Câmara dos Deputados (câmara baixa).

As dificuldades financeiras da Petrobras, abalada pelo crescimento da sua dívida e pela queda dos preços do petróleo no mercado mundial, acentuaram-se com a descoberta de esquemas de corrupção investigados pela operação Lava Jato.

Para tentar controlar a crise interna, a petrolífera tem vendido ativos e anunciado planos de contenção de gastos.

Estas medidas são criticadas por sindicatos e partidos de esquerda que veem as ações tomadas pela gestão da Petrobras e o projeto de flexibilização das leis que regulam o setor de petróleo e gás como atos que contrariam os interesses nacionais.