O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realiza esta quinta-feira a primeira de várias votações secretas para escolher o próximo secretário-geral da organização.

Durante a votação, cada um dos 15 membros do Conselho vai ser solicitado para indicar se “encoraja”, “desencoraja” ou “não tem opinião” sobre os candidatos.

Os resultados não serão tornados públicos, mas serão transmitidos aos candidatos. É esperado que vários desistam da corrida devido à falta de apoios.

“Dependendo dos resultados desta primeira votação, pode ser realizada uma segunda antes do final do mês. Também são esperadas várias reuniões informais com os candidatos”, explica a organização.

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Neste momento, existem 12 candidatos ao cargo, metade dos quais mulheres.

Destaca-se o antigo primeiro-ministro português que liderou a agência da ONU para os Refugiados, António Guterres, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Susana Malcorra, a antiga chefe do governo neozelandês e dirigente do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Helen Clark, e a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara e diretora da UNESCO, Irina Bokova.

Na semana passada, Guterres participou no primeiro debate entre candidatos a secretário-geral, uma iniciativa inédita na história da organização.

Durante a sua participação, o candidato disse que apoiaria a reforma do Conselho de Segurança e que aplicaria paridade de género nas nomeações na organização.

O português defendeu ainda que o próximo secretário-geral da ONU tem de ser “sólido”, um “símbolo de unidade” e que “precisa saber combater, e derrotar, o populismo político, o racismo e a xenofobia.”

Esta é a primeira vez que a ONU abre as portas ao processo de seleção do novo secretário-geral, respondendo a pressões internas e externas para tornar o processo mais aberto ao escrutínio do publico.

Na prática, o processo de escolha continuará o mesmo: em reuniões à porta fechada, o Conselho de Segurança aprovará um nome, tendo os cinco membros permanentes (Estados Unidos da América, Reino Unido, Rússia, França e China) direito a veto; esse nome será depois submetido para aprovação à Assembleia Geral.

Vários Estados e organizações não governamentais desejam que seja escolhida para o cargo, pela primeira vez, uma mulher. Também existem pressões para que o escolhido venha da Europa de Leste, região que nunca teve um secretário-geral.

A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono.