O Reino Unido, que deveria assumir a presidência do Conselho da União Europeia no segundo semestre de 2017, anunciou que vai abdicar desse papel, avança o Politico.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, já informou o atual presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, da decisão.

Um porta-voz de Downing Street afirmou, citado pelo The Telegraph, que é “a coisa certa a fazer, dado que estaremos muito ocupados com as negociações para sair da União Europeia”.

De acordo com o The Telegraph, a Hungria já se ofereceu para ocupar o lugar do Reino Unido na presidência do Conselho da União Europeia em 2017. O ministro húngaro dos negócios estrangeiro, Peter Szijjarto, afirmou que a Hungria é o único Estado-Membro com um plano capaz de lidar com os problemas da União, por ter “políticas sóbrias”.

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A presidência do Conselho da União Europeia é uma posição rotativa, que muda de seis em seis meses entre os Estados-Membros, atualmente ocupada pela Eslováquia. O Reino Unido deveria suceder a Malta, que ocupa a presidência nos primeiros seis meses de 2017, e ser substituído no início de 2018 pela Estónia.

Até 2009, o país que estava à frente do Conselho tinha um papel determinante nas políticas europeias, mas o Tratado de Lisboa introduziu nesse ano a figura do presidente permanente do Conselho Europeu. Atualmente, os países que ocupam o lugar têm como missão definir um quadro de prioridades para a União Europeia.

A lista das presidências estava definida até 2020, mas a saída do Reino Unido deverá colocar em causa todo o esquema planeado.

A desistência britânica pode ser interpretada como o primeiro sinal formal de afastamento das instituições europeias. A primeira-ministra Theresa May reúne-se esta quarta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel. De acordo com o The Telegraph, May já anunciou que será “franca” com Merkel.

“Estas visitas serão uma oportunidade para forjar uma relação de trabalho forte para o futuro, e que espero desenvolver com mais líderes na União Europeia, nas próximas semanas”, disse Theresa May, acrescentando: “Não subestimo o desafio de negociar a nossa saída da União Europeia, e acredito firmemente que ser capaz de falar franca e abertamente sobre os desafios que encaramos será uma parte importante de uma negociação com sucesso”.