O construtor automóvel alemão Volkswagen anunciou esta quarta-feira que constituiu provisões adicionais no primeiro semestre para fazer face ao escândalo dos motores falsificados, que continua a pesar nas contas do grupo.

O grupo alemão (com marcas como Volkswagen, Audi, Seat, Skoda, MAN, Porsche, entre outras) obteve um resultado de exploração de 5,3 mil milhões de euros no primeiro semestre, menos 22% do que no período homólogo de 2015, refere um comunicado.

No primeiro semestre, o grupo de Wolfsburg constituiu uma provisão de 2,2 mil milhões de euros, “em grande parte devido a novos riscos jurídicos que apareceram na América do Norte”.

A Volkswagen admitiu em setembro do ano passado que falsificou um total de 11 milhões de veículos em todo o mundo para que os motores dos mesmos parecessem menos poluentes do que eram na realidade quando eram submetidos ao controlo de emissões poluentes.

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Alvo de numerosas investigações em todo o mundo, o grupo registou em 2015 uma perda líquida de 1,6 mil milhões de euros, a primeira em mais de 20 anos, por ter posto de lado cerca de 16 mil milhões de euros para enfrentar as consequências do escândalo.

No final de junho, a Volkswagen aceitou dar aos Estados Unidos cerca de 15 mil milhões de dólares para fechar um primeiro processo civil associado ao escândalo.

O grupo ainda é alvo de uma investigação penal e deverá responder à falsificação de motores de cerca de 100 mil veículos de três litros de cilindrada.

Também enfrenta uma cascata de processos e investigações no resto do mundo, nomeadamente na Europa e no Canadá.

Sem ter em conta estes custos excecionais, o resultado de exploração foi de 7,5 mil milhões de euros, nitidamente melhor do que o esperado pelos investidores e superior ao de 6,9 mil milhões de euros conseguidos no mesmo período de 2015.

O grupo atribui a melhoria da ‘performance’ ao aumento dos resultados da marca Volkswagen no segundo trimestre, à melhoria do mercado automóvel europeu e aos efeitos positivos do programa de reestruturação entretanto adotado pelo grupo.

Assim, o grupo confirmou os objetivos para este ano, incluindo uma margem operacional entre 5% e 6% e um aumento de 5% do volume de negócios.