O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, defendeu esta quinta-feira que só com muita eficiência de todos os departamentos do Estado é possível diminuir a probabilidade e a intensidade de ataques terroristas.

Em declarações pelo telefone à agência Lusa desde Washington, onde participou na reunião de ministros da Defesa da Coligação Global de combate ao Daesh, Azeredo Lopes foi questionado sobre a manchete desta quinta-feira do Diário de Notícias, que avança que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) confirmou que houve uma ameaça de terrorismo direta a Portugal.

“Não me cabe confirmar nem afirmar e se o SIS o afirma é porque evidentemente isso aconteceu. O que isto confirma — aliás não é nada que qualquer um de nós tenha por surpreendente — é, em primeiro lugar, a natureza absolutamente global, não circunscrita a um qualquer território, da ameaça que representa o Daesh”, respondeu.

O ministro da Defesa Nacional foi perentório: “Só se formos muito eficientes é que conseguiremos, nunca impedir completamente a possibilidade destes ataques, mas diminuir pelo menos a sua probabilidade e também a sua intensidade”.

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“É bom termos a noção humilde e também sermos cada vez mais eficientes naquilo que estamos a fazer, quer ao nível da inteligência, dos serviços de informação, da defesa nacional, administração interna e de outros departamentos do Estado”, acrescentou.

Na opinião de Azeredo Lopes, tendo em conta a “mitologia grotesca do regresso do seu Califado” do grupo jihadista Estado Islâmico, não se pode “pensar que Portugal ficaria arredado nem que fosse da ameaça”, recusando, no entanto, “qualquer reação de medo”.

Sobre a reunião de ministros da Defesa da Coligação Global de combate ao Daesh, o ministro da tutela explicou que se tratou de “saber qual foi a evolução no terreno” da ameaça terrorista, sendo “gratificante verificar que essa evolução é positiva”.

“É positiva no terreno porque tem havido um recuo consistente das forças do Daesh tanto no Iraque como na Síria”, justificou.

Sobre aquilo que ainda é preciso fazer, Azeredo Lopes enalteceu que “pela primeira vez foi tratado com bastante pertinência que o Daesh é uma realidade muito mais complexa do que aquilo que se passa na Síria e no Iraque ou até eventualmente na Líbia”.

Segundo o ministro da Defesa Nacional, Portugal “contribui já de forma significativa em vários planos” no combate ao terrorismo, dando o exemplo, “na esfera concreta da Coligação Anti-Daesh, da representação importante em Besmayah, junto a Bagdade, num campo internacional onde partilha com Espanha e com Reino Unido a formação das forças armadas iraquianas”.

“Portugal tem tido uma das posições das mais exemplares no que se refere à aceitação de refugiados”, acrescentou ainda.