Donald Trump iniciou uma campanha contra 16 republicanos para ser o candidato presidenciável do partido, que nunca o apoiou. Um a um, foram todos caindo aos pés do magnata, que é o último a resistir na corrida. Contra tudo e contra todos, “The Donald” é agora o candidato oficial republicano, que vai enfrentar Hillary Clinton nas presidenciais norte-americanas.

Entre as principais críticas feitas ao empresário estão a falta de experiência política e o recurso a técnicas de campanha populistas. Um dos adversários que enfrentou durante as primárias, Jeb Bush, chegou mesmo a dizer que Trump recorria frequentemente a técnicas usadas em televisão na sua campanha.

A BBC pegou na acusação e fez um levantamento de alguns métodos que estão por detrás do sucesso de reality shows e que foram aplicadas na campanha eleitoral do empresário.

Convidar pessoas inesperadas

O fator surpresa é essencial para agarrar o público e é utilizado frequentemente em programas de televisão, particularmente em reality shows. Se há coisa que Trump sabe fazer, é surpreender, e foi exatamente esse o efeito que causou quando recebeu o apoio de Sarah Palin. A ex-governadora do Alasca e ex-candidata à vice-presidência em 2008 (John McCain era o candidato republicano à presidência) apareceu num evento de campanha para mostrar o seu apoio e fez um discurso que muitos apelidam de “bizarro”.

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Formar alianças com concorrentes

Esta é uma estratégia antiga: mantém os teus amigos perto e os teus inimigos ainda mais perto. “The Donald” chegou a criar um clima de “bromance” (uma relação de amizade muito próxima entre dois homens) com o candidato Ted Cruz. Juntos foram derrubando todos os outros candidatos, até que tiveram que se derrubar um ao outro. Nessa altura, as tréguas terminaram e Trump venceu a batalha.

Sacrificar alguém

Tal como com Cruz, Trump também começou a corrida em termos amigáveis com o neurocirurgião Ben Carson. Assim que este começou a subir nas sondagens, o multimilionário não hesitou em denegrir a sua imagem e chegou mesmo a afirmar que era um “mentiroso patológico” e comparou-o a um pedófilo.

Mostrar o verdadeiro “eu” às câmaras

Este é um método inspirado nos confessionários dos reality shows. Trump não só procura as câmaras, como não se coíbe quando está perante uma audiência. O resultado? O eleitorado vê-o como uma pessoa autêntica, genuína e sincera.

Criar conflito

Esta é a praia do candidato, que dispara para todos os lados. Desde o início da campanha, Trump já comprou guerras com jornalistas, figuras públicas, outros candidatos e políticos. A sua retórica inflamada gera muitas vezes discórdias que o empresário gosta de alimentar. Acerca do escândalo que envolveu o discurso da sua mulher, Melania Trump, na Convenção do Partido Republicano, “The Donald” afirmou que a atenção mediática em roda do tema era positiva porque era publicidade.

Esta parece ser uma máxima que leva muito a sério. A lista de pessoas com quem entrou e conflito é longa e vai de Megyn Kelly, jornalista da Fox News ao New York Times, passando ainda pelo presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan e até David Cameron e o presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan.