O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta quinta-feira à Lusa em Washington que o combate ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI) está a ter resultados.

“O Estado Islâmico está a perder terreno no Iraque e na Síria e está a ter mais dificuldades de implantação no Norte de África do que aquelas que eram esperadas”, disse o ministro, que participa num encontro promovido pelo Presidente dos EUA e que reúne ministros da Defesa e Negócios Estrangeiros dos 34 países que fazem parte da Coligação Anti-Daesh (Estado Islâmico) e de outros países da NATO.

No encontro de dois dias, Santos Silva diz que os representantes discutiram “a situação muito preocupante” que se vive com o regresso aos seus países de combatentes do EI, sobretudo europeus e africanos.

“À medida que o Estado Islâmico perde terreno, muitos destes combatentes regressam e podem causar problemas de segurança nos seus países”, explicou Santos Silva.

O ministro destacou ainda “uma preocupação com as questões que têm a ver com a ajuda humanitária e reconstrução” nas áreas que estiveram sob domínio da organização terrorista.

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No encontro, o ministro português interveio durante a reunião dedicada ao conflito na Líbia.

“Como é sabido, temos especial interesse nos países da zona do Mediterrâneo e no norte de África”, explicou Santos Silva à Lusa, acrescentando que referiu três pontos na estratégia que a comunidade internacional deve desenvolver.

“Primeiro, o apoio ao Governo de unidade nacional no seu importante esforço de reformas das forcas militares e de segurança. Segundo, apoiar os países vizinhos, nomeadamente a Tunísia. E, por fim, manter o foco na Líbia sem perder de vista a dimensão regional do problema”, explicou o ministro.

Santos Silva acredita “que o combate ao Daesh é prioritário hoje, mas há uma rede de organizações terroristas na região, como a Al Qaeda e o Boko Haram, e todas elas representam ameaças reais.”

O responsável lembrou também o atual envolvimento português na missão Sophia, que visa o desmantelamento das redes de introdução clandestina de migrantes e de tráfico de pessoas na zona sul do Mediterrâneo, e na missão da ONU na República Centro Africana.

Santos Silva reafirmou ainda a disponibilidade de Portugal para participar na nova missão da NATO Sea Guardian, uma iniciativa militar de segurança no mediterrâneo.

Segundo um comunicado do Pentágono, a cimeira desta semana “foi convocada para decidir os próximos passos da campanha militar e os requisitos necessários para acelerar a derrota do Isis [Estado Islâmico]”.