Um atentado numa manifestação pacífica em Cabul provocou a morte de, pelo menos, 20 pessoas e ferimentos em outras 160, disse hoje um porta-voz do Ministério da Saúde do Afeganistão.

“Pelo menos 20 pessoas foram mortas e 160 feridas, mas este é somente um primeiro balanço dos nossos hospitais e [o número] poderá evoluir”, salientou Mohammad Ismail Kawoosi, em declarações à agência de notícias francesa AFP.

O mesmo responsável tinha antes referido que, só para um dos hospitais, localizado nas proximidades do local do atentado, tinham sido encaminhados “50 mortos e feridos”.

Um fotógrafo da AFP que se encontrava no local viu “dezenas de corpos”, muitos dos quais “desmembrados”.

“Quando cheguei havia dezenas de corpos, contei mais de 20, alguns totalmente desmembrados”, relatou o fotógrafo.

“Vi outros corpos mutilados perto de um veículo das forças especiais da polícia. Há um mar de sangue por todo o lado”, acrescentou.

Um porta-voz adjunto do Ministério da Administração Interna do Afeganistão disse que a explosão se devia “certamente a um atentado suicida cometido por um kamikaze que se deslocava a pé” no meio da multidão.

Milhares de manifestantes, principalmente da comunidade hazara chiita (o Afeganistão é maioritariamente sunita), desfilaram desde o início da manhã, de forma pacífica, para protestar contra um projeto de uma linha de alta tensão que ignora o seu território, na província de Bamiyan, no centro do país.

Para os dirigentes hazaras, este traçado é um novo sinal de descriminação da sua comunidade e da sua província, o menos desenvolvido do Afeganistão.

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