A Quercus juntou-se a 40 organizações ambientalistas espanholas contra a importação de gás de xisto para a Europa, após a chegada de um carregamento a Mugardos, em Espanha, como já tinha acontecido em Sines. “Depois do porto de Sines ter recebido, em abril, o primeiro carregamento de gás de xisto norte-americano, chegou ontem [sexta-feira] ao porto de Mugardos, em Espanha, um segundo carregamento vindo também dos EUA”, refere um comunicado da associação de defesa do ambiente portuguesa.

Os ambientalistas têm alertado para as consequências negativas da utilização da técnica chamada de ‘fracking’, ou fraturação hidráulica, na obtenção de hidrocarbonetos não convencionais, como é o caso da extração de gás de xisto. E recordam que a aposta no gás de xisto, na produção ou na importação, é contrária ao sentido das medidas defendidas pelos países que assinaram o Acordo de Paris contra as alterações climáticas, em dezembro de 2015, definindo metas de redução de emissões dos gases com efeito de estufa.

Agora a Quercus subscreveu uma declaração assinada por 40 organizações e plataformas espanholas, denunciando a possibilidade de outros Estados-membros da União Europeia começarem a importar gás de xisto, sob a forma de gás natural liquefeito (GNL). Numa declaração conjunta, as associações transmitem o receio de que “este seja o ponto de partida para a importação massiva deste combustível do outro lado do Atlântico”.

Portugal, acrescenta a Quercus, “deverá estar na rota destas importações, dada a importância estratégica do porto de Sines”, pois, além de ser o porto mais próximo da costa norte-americana, tem capacidade para receber navios de grandes dimensões. Assim, quando decorrem as negociações do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), processo iniciado há três anos, “a Europa parece ser um destino claro para os carregamentos de GNL vindos dos EUA”.

A Europa, constata, parece estar recetiva e a Estratégia da União Europeia para o Gás Natural Liquefeito e o Armazenamento de Gás apela ao investimento em infraestruturas, como gasodutos, e ao reforço da capacidade de armazenamento e regaseificação.

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