Chama-se James Watson, tem 35 anos, e é suspeito no Reino Unido do homicídio de uma criança de seis anos, ocorrido em 1994. Segundo as publicações do próprio suspeito no Facebook, James Watson está em Portugal a aproveitar o sol. As autoridades britânicas dizem que estão a fazer esforços para que regresse ao país, mas esta manhã de quarta-feira a Polícia Judiciária ainda não tinha qualquer informação oficial sobre o caso. E caso a polícia portuguesa se cruze com ele, nada pode fazer.

A informação é avançada por vários jornais britânicos que dão conta das declarações e das fotografias de James Watson na rede social Facebook. O suspeito diz que não tem passaporte, mas que conseguiu abandonar o país com um amigo, numa autocaravana. “Estou a aproveitar para apanhar sol e esquecer os dias negros”. James Watson refere-se aos dias que passou detido em abril último. Afirma que a polícia “está a tentar” encontrar um culpado do crime. “Perseguiram a minha família e os meus amigos”, acusa.

Watson foi detido no seu apartamento em Peterborough, Cambridgeshire em abril, 22 anos após o homicídio do pequeno Rikki. O corpo do menino, de seis anos, foi encontrado a 28 de novembro de 1994 num bosque que fica no caminho entre a sua casa e a a escola que frequentava. Tinha sido estrangulado e o seu corpo estava despido.

Naquela altura Watson, que tinha apenas 13 anos, foi a última pessoa a ser captada pelas câmaras de videovigilância próxima da criança. Mas a polícia nunca reuniu provas suficientes para o acusar. No mesmo processo, a mãe da criança também chegou a ser apontada como suspeita, o que acabou por revelar-se sem fundamento. Aliás, tem sido a família da criança a lutar para que o caso não seja arquivado sem ser encontrado o culpado.

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Watson pagou uma caução para ser libertado, mas estava proibido de sair do país. Tinha até encontro marcado com a polícia a 20 de setembro.

A polícia de Cambridge diz que se apercebeu a 15 de julho que o suspeito tinha abandonado o país e que começou a trabalhar com as polícias europeias para o localizar. “Estamos em comunicação com ele e estamos a trabalhar com as nossas congéneres europeias para que ele volte para o Reino Unido imediatamente”.

Contactada pelo Observador, fonte da Polícia Judiciária — onde funciona a unidade nacional da Europol — diz não ter sido ainda contactada pelas autoridades britânicas para colaborar. E não tem conhecimento de qualquer mandado de detenção em nome de James Watson. Assim sendo, qualquer polícia pode cruzar-se com ele em Portugal. Mas não o pode prender.