Assunção Cristas, presidente do CDS-PP manifestou-se contra uma eventual subida do IVA e anunciou ter questionado o Governo sobre o esforço adicional de redução do défice em 450 milhões de euros pedido pela Comissão Europeia.

“Os contadores estão a zero, o Governo terá de trabalhar agora para que não mais se volte a falar de sanções a Portugal, não mais este assunto volte a ser reaberto. É importante percebermos com detalhe como vão ser aplicadas as medidas dos tais 450 milhões de euros”, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas no parlamento.

A Comissão Europeia recomendou na quarta-feira o cancelamento das sanções a aplicar a Portugal, adiou a decisão sobre o congelamento dos fundos estruturais e recomendou a Portugal um esforço adicional em 2016 que leve a uma redução do défice estrutural em 0,25% do PIB, cerca de 450 milhões de euros.

Questionada sobre um eventual aumento do IVA, Cristas respondeu que os centristas não apoiam essa medida e acrescentou: “Se é necessário ou não uma medida adicional em matéria de receita é o Governo que tem de responder por ela, não é certamente o CDS. As nossas opções seriam outras, seriam opções de muito maior progressividade naquilo que era reposições de salários ou as 35 horas, que tem um impacto muito grande na despesa”.

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Sobre o esforço adicional em 2016 para uma redução do défice estrutural em cerca de 450 milhões de euros, a líder do CDS vincou que, a pergunta enviada ao Governo refere-se ao impacto em todos os ministérios sobre a “qualidade dos cortes na despesa”.

“Precisamos de saber quais são as áreas que vão ser afetadas e se não é apenas um empurrar com a barriga, dívida que depois nos vai aparecer mais adiante”, afirmou.

Assunção Cristas saudou ainda o cancelamento da aplicação de uma multa a Portugal por défice excessivo, realçou o “enorme esforço dos portugueses” e quis destacar o Comissário Carlos Moedas e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que, disse, “desempenharam um papel notável em Bruxelas”.

Para o debate no Parlamento Europeu sobre a suspensão de fundos estruturais, Cristas considerou apelou a um esforço conjunto de todos os eurodeputados portugueses e garantiu que o centrista Nuno Melo, vice-presidente do partido, “empenhar-se-á não só junto dos seus colegas portugueses mas também junto de todos os outros”.