O Banco de Portugal anunciou uma aplicação gradual da reserva de fundos próprios para as instituições de importância sistémica no mercado português. Esta decisão, anunciada esta sexta-feira, vai aliviar a pressão de capital sobre os principais bancos portugueses. A Caixa Geral de Depósitos, que tinha de reforçar o capital em um ponto percentual até ao final do ano — o que equivaleria a cerca de 600 milhões de euros — só precisa, agora, de obter metade desse valor até 2018 e a outra metade até 2019.

A nova almofada de capital fica definida nos seguintes termos: 50% da reserva tem de ser gerada até 1 de janeiro de 2018 e 100% da reserva a1té de janeiro de 2019. Esta não era o único fator que está por trás das necessidades de capital do banco do Estado que precisa ainda de fundos para resolver o reembolso das obrigações convertíveis (os CoCos) na data limite de 2017 e para para levar a cabo uma reestruturação que reposicione o banco do Estado no mercado.

Mas a decisão do supervisor deverá baixar os valores da recapitalização da Caixa Geral Geral de Depósitos que o ministro das Finanças assumiu, esta sexta-feira, ainda não estarem apurados. Mário Centeno afirmou na Comissão de Inquérito desta sexta-feira que a alteração regulatória “será considerada no cálculo que será feito nesta matéria”, acrescentando que “é uma boa notícia”.

“O Banco de Portugal tomou esta decisão depois de ter notificado o Banco Central Europeu e consultado o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros”, pode ler-se no comunicado.

O Banco de Portugal explica que “a aplicação de um regime de implementação gradual da reserva de O-SIIs visa, primordialmente, assegurar que as condições impostas, nesta matéria, às instituições nacionais estão alinhadas com as aplicadas às suas congéneres europeias que operam em contextos macroeconómicos semelhantes”.

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Eis como ficam definidas as novas necessidades de capital para cada instituição, mais suaves (e com aplicação gradual) do que o que estava até agora definido.

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Anteriormente, era assim que estava definido a necessidade de reforçar os fundos próprios.

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