O Papa Francisco pediu esta quinta-feira, em Cracóvia, que os católicos acolham “aqueles que vêm de outras culturas, outros povos, e até aqueles de quem temos medo porque pensamos que nos podem fazer mal”. Na Polónia, país que tem sido um dos mais críticos da União Europeia em relação ao acolhimento de refugiados, o Papa insistiu: “lancem-se na aventura de construir pontes e destruir muros, vedações ou redes”.

Numa mensagem, no fim da tarde de quinta-feira, durante o primeiro encontro com os jovens que participam nas Jornadas Mundiais da Juventude, Francisco pediu à Polónia que se torne, nestes dias, “a face da misericórdia”.

A mensagem principal foi dirigida aos jovens, participantes nas Jornadas Mundiais da Juventude. O Papa pediu aos jovens que se oponham à inércia de dizer “nada se pode mudar”. “É estimulante ouvir os jovens a partilhar os seus sonhos, as suas questões e o seu desejo de se oporem a todos os que dizem que as coisas não podem mudar”, afirmou.

Dirigindo-se e eles, Francisco afirmou ainda que sente “dor ao conhecer jovens que parecem «reformar-se» antes do tempo”. É como se tivessem “desistido antes de começar o jogo”, disse o Papa, referindo-se aos jovens que “escolhem o caminho” que os leva “a falsas ilusões e a acabar em nada”.

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O Parque Blonia, um parque no centro de Cracóvia com capacidade para acolher milhares de pessoas, tem sido o centro das grandes celebrações das Jornadas. Francisco chegou de elétrico, para deixar uma mensagem de preocupação com o ambiente, após ter passado a manhã no santuário de Jasna Gora, em Częstochowa, onde celebrou uma missa para assinalar os 1.050 anos do batismo da Polónia.

Francisco encontra-se na Polónia a presidir às Jornadas Mundiais da Juventude, um encontro internacional iniciado pelo Papa S. João Paulo II, que se realiza desde 1986. Na mensagem, o Papa Francisco lembrou-o, agradecendo por ter “sonhado e dado o ímpeto para estes encontros”. No momento em que Francisco disse o nome de S. João Paulo II, foi interrompido por um forte aplauso dos cerca de 600 mil jovens presentes.

Esta sexta-feira, Francisco passa a manhã a visitar os campos de extermínio nazis de Auschwitz e Birkenau, onde vai lembrar as vítimas do Holocausto. À tarde, visita o hospital infantil de Cracóvia, onde estão internadas cerca de 30 mil crianças. No fim da tarde, o Papa preside a uma celebração da Via-Sacra no Parque Blonia, que tem acolhido os eventos mais participados da semana, e à noite vai dirigir-se aos jovens a partir da janela da residência episcopal de Cracóvia.