Hugo Soares, vice-presidente da bancada parlamentar o PSD, disse que o Governo, em “especial” o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, permitiram que se “desbarate por completo” o valor da CGD ao deixarem que se discuta em praça pública o valor da recapitalização do banco público. As declarações foram feitas esta segunda-feira, em Braga, em conferência de imprensa.

Hugo Soares afirmou também que o PSD espera que o ministro das Finanças, que acusou de “nada saber”, tenha uma “ambição responsável”e não injete mais dinheiro do que o necessário no banco público por “capricho”, lembrando que mesmo que aquele valor não entre para as contas do défice é “dívida” que “terá que ser paga” pelos portugueses.

“Dá às vezes a sensação de que o Governo, em especial o primeiro-ministro e o ministro das Finanças querem alimentar uma certa suspeição constante sobre o sistema financeiro e isso prejudica o sistema financeiro, prejudica a confiança na economia e não conseguimos perceber porquê”, afirmou Hugo Soares.

Segundo o PSD, “parece que há uma vontade férrea do ministro das Finanças em criar a ilusão de que o sistema financeiro não está a cumprir aquilo que deve cumprir em termos de rácios de solvabilidade”.

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Para Hugo Soares, o Governo anda a “tardar” em esclarecer qual o valor que será necessário para recapitalizar o banco público: “Qualquer ministro das Finanças responsável, assim que saíram valores [sobre o montante a injetar na CGD], que ele diz que ainda não existem, deveria ter chamado a comunicação social e dizer que ainda não há um valor mas que queremos garantir a confiança a todos os portugueses no sistema financeiro e na CGD”.

Ao não o fazer, disse o deputado, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças “permitiram que na praça pública se desbaratasse por completo o valor da confiança [na CGD] que é tão importante para o banco público”.

Ainda sobre o valor da recapitalização da CGD, que, lembrou Hugo Soares, a atual administração do banco referiu que deve rondar os 2 mil milhões de euros, o PSD afirmou esperar que o Governo tenha uma “ambição responsável” ao definir o valor a investir naquela instituição bancária.

“Se o Governo por algum capricho do acionista que é o Governo, representado pelo ministro das Finanças, quiser somar a este 2 mil milhões um valor astronómico, então estamos a falar de uma ambição que é irresponsável e de uma ambição que será paga em dívida e com os impostos dos portugueses”, alertou o deputado.