As receitas brutas dos casinos de Macau caíram 4,5% em julho, comparando com o mesmo mês de 2015, para os 17.774 mil milhões de patacas (mais de 1.989 milhões de euros), segundo dados oficiais conhecidos hoje.

Em termos acumulados, nos sete primeiros meses do ano, as receitas dos casinos de Macau, o maior centro de jogo do mundo, diminuíram 10,5% em relação ao mesmo período de 2015 (variação homóloga).

Este foi o 26.º mês de quedas homólogas consecutivas nas receitas dos casinos de Macau, que são a fonte de mais de 80 por cento das receitas públicas da região e o pilar da economia local.

No entanto, esta foi a segunda menor queda do ano – as receitas só diminuíram menos em fevereiro (-0,1%), mês dos feriados do ano novo chinês e, por isso, normalmente forte para os casinos de Macau.

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Mas a diminuição de 4,5% em julho é também uma das menores quedas desde que se iniciou este ciclo de contração do setor do jogo de Macau, há mais de dois anos. Assim, com exceção de fevereiro deste ano, as receitas tinham sempre caído mais de dois dígitos desde setembro de 2014.

Há um mês, quando se soube que as receitas dos casinos tinham caído em junho para o valor mais baixo desde setembro de 2010, o Governo de Macau divulgou um comunicado em que sublinhava a “enorme possibilidade” de continuarem a cair no segundo semestre, dadas “as situações económicas internacionais e regionais”, embora “com a amplitude da sua descida a abrandar-se continuamente”.

O Governo de Macau lembrava ainda as suas estimativas no orçamento da região para este ano, menos otimistas do que as dos analistas, que apontam para que as receitas dos casinos sejam na ordem de 200.000 milhões de patacas (23.479 milhões de euros) no final do ano (numa média de 16,6 mil milhões de patacas mensais), uma quebra de 13,3% em relação a 2015.

Os analistas têm sido consensuais em afirmar que as receitas dos casinos, em queda há mais de dois anos, vão estabilizar no segundo semestre de 2016 e interromper o ciclo de queda, mas discordam quanto ao momento que isso acontecerá, havendo quem aponte já o mês de agosto ou setembro.

A queda das receitas tem sido associada à desaceleração da economia da China e à campanha anticorrupção lançada por Pequim, que parece ter afastado dos casinos de Macau os grandes apostadores, que têm grande peso no jogo de Macau.

As receitas do jogo precipitaram a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 20,3% em 2015, naquela que foi a sua primeira contração anual desde 1999, ano da transferência do exercício de soberania em Macau de Portugal para a China.

As receitas públicas caíram 13,5% no primeiro semestre do ano, mas a região continuava com um superavit superior a 17,2 mil milhões de patacas (quase dois mil milhões de euros) no final de junho.

Para o conjunto de 2016, o Governo de Macau prevê nova queda das receitas públicas e do jogo, mas continua a esperar fechar o ano com um superavit de 18,213 mil milhões de patacas (2,12 mil milhões de euros).