Mischa Badasyan, um artista russo de 27 anos, decidiu levar a cabo um projeto durante 365 dias que incluía ter sexo com 365 pessoas diferentes. O objetivo? Descobrir se seria possível sobreviver relacionando-se com outras pessoas apenas através do sexo ou se seria necessário algo mais, conta o El Español.
A ideia partiu de uma aposta que fez com amigos, mas a motivação principal foi a arte. Mischa Badasyan chamou à sua performance “Save The Date” (uma expressão que significa qualquer coisa como “reserve o dia para” ou “salve o seu encontro”) e começou o projeto no verão do ano passado. O artista pretendia refletir e chamar à atenção para a volatilidade das relações sexuais nos tempos que correm, em especial, entre os homens homossexuais.
This artist really is planning to have sex with a new person every day for a year http://t.co/oIAJuysyyF pic.twitter.com/qll7Wh0QSG
— Mic (@mic) August 12, 2014
O artista russo vive atualmente em Berlim, na Alemanha. Deixou a Rússia porque se sentia controlado pelos serviços secretos russos (mesmo quando era apenas adolescente) que o consideravam “perigoso” para o governo, disse em entrevista ao BackStyle. Mischa Badasyan é homossexual e ativista da causa LGBT. Na Rússia, a homossexualidade é perseguida e Mischa Badasyan tenta sensibilizar para as causas que defende através da arte. Na sua página da rede social Facebook conta mesmo que chegou a ser perseguido na Rússia por ser gay.
Para a performance “Save The Date” inspirou-se na obra do antropólogo francês Marc Augé e no seu conceito de “não-lugares”. Estes lugares são definidos como locais de passagem, sem história, mas onde muitas pessoas se relacionam. São lugares como terminais de aeroportos, supermercados, centros comerciais, quartos de hotel, entre outros.
Partindo desta ideia, Mischa Badasyan recorreu a aplicações e sites, marcou encontros com homens desconhecidos e teve sexo com eles em “não-lugares”. Com a repetição diária destes encontros sexuais o artista queria descobrir qual a relação entre sexo e solidão.
“É minha forma pessoal de expressar o meu sentimento de desamparo, porque eu nunca tinha estado numa relação”, conta Mischa Badasyan ao jornal espanhol. Considera que foi o trabalho “mais maduro e inspirador” que já fez, mas o projeto fê-lo “esquecer como ser honesto com o corpo de outra pessoa”.
Foram “365 dias de solidão com 365 pessoas e histórias”. A experiência fê-lo compreender que afinal não se consegue viver apenas de sexo e a relação emocional com outra pessoa também é importante.
“Depois de conhecer tantas pessoas e ter novos parceiros sexuais todos os dias percebi que gostaria de passar mais tempo com alguém”, disse Mischa Badasyan sobre a performance.