O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai fazer na sexta-feira uma nova votação sobre os candidatos a secretário-geral da organização, depois de o antigo primeiro-ministro português António Guterres ter surgido como o favorito numa primeira votação.

Na primeira ronda informal, em 21 de julho em Nova Iorque, o ex-primeiro-ministro português recebeu 12 votos de encorajamento e três “sem opinião” e não teve nenhum voto contra a sua candidatura à liderança da ONU.

Durante a votação, cada um dos 15 membros do Conselho de Segurança indica se “encoraja”, “desencoraja” ou manifesta-se “sem opinião” sobre os candidatos.

Este facto pode ser decisivo na eleição, uma vez que o novo secretário-geral precisa da aprovação de todos os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos da América, Reino Unido, Rússia, França e China), que têm poder de veto.

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Dos restantes candidatos a suceder a Ban Ki-moon, o esloveno Danilo Turk recebeu 11 votos de apoio e dois votos contra. Depois, surgiu a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros búlgara e diretora da UNESCO, Irina Bokova, com nove votos de encorajamento e quatro de desencorajamento. Seguiram-se Vuk Jeremic, da Sérvia, e Helen Clark, da Nova Zelândia.

Os últimos lugares ficaram para Miroslav Lajcak, Eslováquia, Susana Malcorra, da Argentina, Christiana Figueres, da Costa Rica, Natalia Gherman, da Moldávia, Igor Luksic, de Montenegro. Vesna Pusic, da Croácia, ficou em último, com 11 votos negativos.

Até agora, nenhum candidato anunciou desistir da corrida a secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Angola, um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança, anunciou o apoio ao vice-primeiro-ministro da Eslováquia Miroslav Lajcak. António Guterres, que durante dez anos liderou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, também tinha pedido o apoio de Angola, membro, tal como Portugal, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Sobre a primeira votação, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, considerou ser “um resultado extremamente positivo, dada a grande qualidade das outras candidaturas apresentadas” e “um estímulo claríssimo para a candidatura do engenheiro Guterres e a confirmação de que é particularmente habilitado para o cargo de secretário-geral”.

A organização espera ter encontrado durante o outono o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final deste ano.