É branca, tem cinco círculos de cores diferentes que se entrelaçam em representação dos cinco continentes e deve ter uma proporção de 2×3 metros. Só é hasteada de quatro em quatro anos, mas faz parte do imaginário de todo o mundo. A bandeira dos Jogos Olímpicos modernos simboliza o maior evento desportivo do mundo.
Foi criada em 1914, mas por causa da Primeira Guerra Mundial, que levou ao cancelamento dos Jogos de Berlim de 1916, foi hasteada pela primeira vez em 1920, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, Bélgica. Foi nesse ano que o Brasil, país que recebe este ano os Jogos Olímpicos, se estreou no evento desportivo, tendo levado para casa três medalhas (uma delas de ouro, na modalidade de tiro). A bandeira original esperou muito até ser exibida pela primeira vez ao público, mas por pouco tempo: nesse ano acabaria por ser roubada e escondida do olhar dos fãs.
Durante cerca de 80 anos ninguém sabia do seu paradeiro até que, em 1997, numa reunião do Comité Olímpico norte-americano, Harry Priestes, confessou que tinha sido ele o autor do crime, conta o ABC. Tinha 101 anos na altura e era o único atleta que participara nos Jogos da Antuérpia que ainda estava vivo. Tinha disputado a modalidade de salto de trampolim e levou para casa, os Estados Unidos, uma medalha de bronze.
A confissão veio depois de ter sido inquirido por um jornalista se sabia que a bandeira olímpica tinha sido estreada naquele ano e que nunca mais ninguém a tinha visto. Priestes admitiu que não sabia que aquela era a primeira bandeira a ter sido hasteada, mas quanto ao seu paradeiro já podia ajudar: estava em sua casa, na mesma mala que levou para a Antuérpia.
Contou que fê-lo por uma brincadeira com um colega da delegação olímpica norte-americana, Duke Kahanamoku. Feita a aposta, Harry trepou o mastro de cinco metros e roubou a bandeira. Foram perseguidos pela polícia, mas Priestes contou que tinham uma vantagem sobre os agentes: eram atletas olímpicos. As autoridades acabaram por desistir da perseguição. E ele ficou com o troféu e o com a aposta ganha.
A bandeira só foi devolvida em 2000, quando o atleta já tinha 103 anos. Hoje pode ser vista no Museu Olímpico de Lausana, na Suíça.
Priestes morreu dois anos depois, aos 105 anos.