O incêndio que há vários dias lavra no Parque Nacional da Peneda-Gerês foi hoje dominado e está em fase de resolução, segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

No terreno, às 5:30, continuavam 80 homens, apoiados por 25 viaturas, a combater o incêndio, que teve início na quinta-feira de manhã na localidade de Peneda, concelho de Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo.

À mesma hora, e segundo a página da ANPC, havia 99 incêndios rurais em Portugal continental, que estavam a mobilizar 2.379 pessoas e 721 meios terrestres de combate às chamas.

A ANPC considerava sete destes fogos, em distritos do norte e centro do país, como “ocorrências importantes”.

O incêndio florestal que mobilizava mais meios às 5:30 é o que lavra há mais de 24 horas na serra da Freita, em Arouca, onde 215 pessoas e 71 viaturas combatem as chamas.

O distrito do Porto continuava a ser aquele que tinha mais fogos ativos: 34, que estavam a ser combatidos por 541 operacionais apoiados por 166 viaturas, segundo a ANPC.

A Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC) do Porto decidiu acionar hoje o Plano Distrital de Emergência (PDE) para o distrito e apelou à população para que “facilite a atividade dos meios”.

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O PDE do Porto, distrito constituído por 18 concelhos, está em vigor desde as 00:15 horas, tratando-se de um instrumento que nunca tinha sido acionado antes.

“Devido ao calor, à exposição solar, ao risco de incêndio, mas também para evitar congestionamentos de trânsito, entre outros aspetos, pedimos às pessoas que se mantenham em casa e que não dificultem a ação de quem está no terreno, dos meios de proteção civil”, disse à agência Lusa o presidente da CDPC do Porto, Marco Martins.

A decisão de acionar o PDE do distrito do Porto é de caráter operacional, foi tomada por unanimidade e surge após um dia em que, de acordo com a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o distrito do Porto registou um grande número de ocorrências.

Desde há quatro anos que o nível de alerta devido a incêndio não era tão elevado, sendo um reflexo de condições climatéricas adversas.

Sobre o incêndio na Peneda-Gerês, o comandante operacional nacional da Proteção Civil disse no domingo à noite à Lusa que se trata de um fogo numa escarpa com 900 metros de altura com vegetação rasteira onde os “acessos não existem”.

Segundo o comandante operacional nacional, “o empenhamento dos meios aéreos” no combate ao fogo acabou, por isso, “por ser inglório” por não haver “a componente humana para ajudar a fazer o rescaldo ou a consolidar o que os meios aéreos fazem”.

Para José Manuel Moura, o combate a este fogo tem sido “um trabalho hercúleo, muito difícil e de um cansaço enorme”, embora o dispositivo, incluindo equipas no terreno, seja “mais que suficiente”.

O responsável sustentou que a área ardida, cerca de 200 hectares, “não é muito significativa, para o tempo” que tinha o incêndio.