Sensação de mal-estar, falta de orientação e equilíbrio, estômago às voltas, náuseas, vómitos e suores frios. Estes são alguns dos sintomas de quem sofre de cinetose, vulgarmente conhecido por enjoo do movimento. Em plenas férias de verão, as viagens de carro são mais frequentes e também mais longas e provocam dores de cabeça (e não só) a todos os que sofrem desta perturbação do ouvido interno, responsável pelo equilíbrio.

O enjoo do movimento surge quando o sistema vestibular (o conjunto de órgãos do ouvido interno responsáveis pelo equilíbrio) não consegue gerir o conflito entre duas informações sensoriais contraditórias — o corpo está parado mas o ambiente está a mover-se. Quem conduz tem menos propensão a enjoar porque o nível de concentração necessário faz com que o cérebro se foque na tarefa e “perceba” mais facilmente que o corpo está sentado.

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Os sintomas de má-disposição surgem de forma gradual, normalmente à medida que o tempo ao qual organismo está exposto ao movimento aumenta e desencadeiam-se com rapidez. Na prática, isto quer dizer que quando o passageiro se começa a sentir enjoado o processo é praticamente irreversível. Se preferir tomar a medicação anti-enjoo (antieméticos e antivertiginosos) deve fazê-lo uma hora antes de viajar. Caso se esqueça de o fazer, para evitar o desfecho previsível (vomitar) o jornal ABC recomenda sete dicas.

Abrir a janela

É uma das primeiras coisas a fazer e que convém não esquecer. A janela aberta ajuda à circulação do ar e permite respirar ar mais fresco, que ajuda a evitar as náuseas. Encostar a cabeça e evitar fazer movimentos bruscos enquanto desfruta do ar fresco também ajuda.

Olhar para a vista

Dirigir o olhar para o horizonte, para um ponto fora do interior do carro, ajuda à concentração e à perceção do movimento do ouvido interno. Evite ler, olhar para ecrãs (telemóvel, tablet) ou mesmo olhar para a pessoa sentada ao seu lado.

Sentar à frente

A pessoa que mais enjoa (exceto de for uma criança com menos de 1,40 metros) deve viajar à frente. Nos lugares por cima do eixo frontal do veículo sente-se menos a oscilação. Do lugar da frente também é mais fácil focar um ponto distante, na estrada à sua frente, por exemplo.

Fechar os olhos

Se o processo de enjoo já se desencadeou, o mais certo é não haver retrocesso. Encoste a cabeça e feche os olhos — solicita menos o sentido de equilíbrio. Tente adormecer, se conseguir será uma boa forma de melhorar.

Comer uma refeição ligeira

Esqueça o velho ditado que diz que deve evitar comer. É tão mau viajar de estômago cheio, como de estômago completamente vazio. O ideal é fazer uma refeição ligeira, que inclua fruta (alimentos com elevado teor de água e algum açúcar, mas de fácil digestão). Evite laticínios e comida muito salgada ou demasiado temperada.

Beber (muita) água

Manter o nível adequado de hidratação ajuda a evitar o enjoo e a prevenir o indesejável vómito. Leve sempre uma garrafa de água no carro e não se esqueça de a oferecer com frequência às crianças. É melhor parar com frequência para ir à casa de banho do que viajar nauseado e irritado.

Atenção à condução

O estilo de condução pode influenciar (e muito) o enjoo. Peça ao condutor para o fazer de forma suave e evitando os “solavancos” das acelerações e desacelerações rápidas. A velocidade a que carro se desloca deve ser o mais constante possível, em especial, se a estrada tiver muitas curvas.