O Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) declarou esta terça-feira que a semana passada foi tranquila e calma em comparação com as semanas anteriores, marcadas por uma forte atividade de ataques atribuídos à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).

“A semana em referência [entre os dias 30 de julho e 05 de agosto] foi tranquila e calma, não se registou nenhum ato de banditismo por parte dos homens armados da Renamo”, afirmou o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Inácio Dina, em conferência de imprensa de balanço da atividade policial.

Excluindo do balanço o ataque da madrugada de segunda-feira a um posto administrativo na província do Niassa, norte de Moçambique, atribuído à Renamo, por não estar dentro do período em análise, Dina afirmou que a suposta acalmia registada na semana passada deveu-se ao reforço da presença policial nos potenciais pontos vulneráveis a investidas do braço armado da Renamo e às escoltas a viaturas nas vias de acesso que têm sido visadas nos ataques.

Na mesma conferência de imprensa, Inácio Dina considerou sem fundamento a acusação da Renamo de que a polícia moçambicana inviabilizou um encontro do principal partido de oposição numa unidade hoteleira da capital, dando ordens aos gestores do espaço para não acolherem a reunião.

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“A acusação feita por um certo partido político de que a polícia deu ordens para impedir uma reunião política é infundada, porque a polícia não tem esse mandato, não controla unidades hoteleiras”, declarou Dina.

Segundo o porta-voz do Comando-Geral da PRM, a presença de membros da corporação junto do hotel enquadra-se no seu mandato de garantir a ordem e segurança pública e não visa a obstrução da atividade dos partidos políticos.

“Se a polícia esteve lá, a Renamo devia ter-se sentido confortável e protegida, porque o trabalho da polícia é garantir a ordem”, enfatizou Inácio Dina.

Moçambique, principalmente a zona centro, tem sido abalado por ataques atribuídos aos homens armados da Renamo a alvos civis e às forças de defesa e segurança e confrontos armados na região, que nas últimas semanas se alastraram ao norte, concretamente à província do Niassa.

A Renamo exige governar em seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, cujos resultados diz terem sido viciados pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

O Governo e a Renamo estão em negociações, na presença de mediadores internacionais, visando o fim dos confrontos e a restauração da paz no país.