Os emigrantes vão concentrar-se junto à sede do Novo Banco, às 11:30, na Avenida da Liberdade, e depois vão marchar até ao Banco de Portugal, na Rua do Comércio.

“Não queremos promessas, queremos honra nos compromissos que connosco foram assumidos! Dizemos não à mentira, não à falta de escrúpulos! Chega de sermos enganados! “Promessas leva-as o vento”, ó sábio ditado popular! De facto, andamos cansados de promessas!”, lê-se no comunicado da AMELP.

A associação recorda que os emigrantes lesados não aceitam “uma proposta indecente”, em referência à solução comercial proposta pelo Novo Banco que foi aceite por 6.000 clientes emigrantes, que tinham investido cerca de 500 milhões de euros em produtos de poupança.

“Sim, a nossa luta não começou mais cedo porque educadamente e silenciosamente acreditámos mais uma vez em gestores e funcionários que diziam que em breve nos iria ser devolvido o nosso dinheiro. Pois, mas até aos dias de hoje não nos foi devolvido nem um único tostão! Queremos o nosso dinheiro! Mas não queremos uma proposta ‘indecente’ como aquela que já nos foi apresentada, não a vamos assinar, não a assinaremos! É o nosso dinheiro que queremos e nada abaixo disso”, lê-se no comunicado.

Após a resolução do Banco Espírito Santo (BES), a 04 de agosto de 2014, os emigrantes lesados ascendiam a 8.000, num total de 728 milhões de euros de dinheiro investido.

De acordo com comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pelo Novo Banco, a 28 de junho, já foi concluída a execução da solução comercial aceite por 6.000 clientes emigrantes que, segundo fonte oficial, abrangeu “aplicações no valor de 500 milhões de euros e prevê recuperar até 90% do capital investido”.

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Por resolver continua a situação de todos os clientes emigrantes que não aceitaram a proposta do Novo Banco por considerarem que não era justa e não se adequava ao seu perfil, uma vez que implicava a subscrição de obrigações de longa duração do Novo Banco e em que os depósitos a prazo estarão condicionados ao valor dessas obrigações.

“Não queremos saber se 80% aderiu à proposta. Nós, os 20%, não estamos para ser enganados uma segunda vez e tanto mais não consideramos que aquilo seja uma “solução” como foi apelidada pelo Novo Banco! O vocábulo ‘solução’ significa ‘aquilo que resolve, soluciona (problema, dificuldade etc.)’. Entendemos que tal proposta não foi solução alguma”, continua a AMELP no comunicado.

Na manifestação da próxima sexta-feira, os emigrantes lesados vão ter como palavras de ordem “Não mandar mais dinheiro para Portugal e para os bancos portugueses” e vão reclamar “honra nos compromissos” que com eles “foram assumidos”.

A AMELP é constituída por mais de 400 associados, sobretudo trabalhadores emigrantes portugueses, e já protagonizou vários protestos em Paris e em cidades portuguesas, com o objetivo de reaver as poupanças dos emigrantes.