O presidente da Câmara do Funchal defendeu esta sexta-feira que parte das verbas para reconstruir a Madeira após os incêndios seja canalizada diretamente para as autarquias, sem haver uma centralização no Governo Regional, como aconteceu após as cheias de 2012.

Paulo Cafôfo falava aos jornalistas no final de um briefing que fez à coordenadora do BE, Catarina Martins, sobre a situação no concelho após os incêndios dos últimos dias.

O autarca espera que a influência que a bloquista possa exercer no Governo da República agilize os apoios vindos do executivo de António Costa.

“Há verbas e apoios que são diretamente para o Governo Regional, obviamente em matéria da sua competência, e há outras que devem ser canalizadas para o município e não acontecer como aconteceu em 2010”, considerou.

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Em causa estão as inundações e enxurradas que assolaram a ilha em 2010 e nas quais, segundo o autarca, muitas famílias ficaram desalojadas, sem terem ainda a sua situação resolvida: “Isto porque as verbas foram canalizadas diretamente para o Governo Regional” social-democrata.

Para Paulo Cafôfo (PS/BE/PTP/MPT/PAN), trata-se de “uma exigência”, já que a Câmara do Funchal “tem capacidade” e irá executar essas verbas para a reconstrução das habitações.

“O poder local está mais próximo das pessoas e tem outro conhecimento da realidade, portanto mais facilmente pode efetivar e não deslocar esses meios para obras que não sejam prioridade”, justificou.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, realizou uma visita de trabalho à Madeira, no final da qual foram anunciados cinco pilares no apoio do Governo da República à ilha, entre os quais o apoio financeiro, em particular ao município do Funchal, para reabilitação e reconstrução das casas afetadas pelas chamas.

“O primeiro-ministro não se podia comprometer com verbas. Eu fiquei satisfeito com esses compromissos que foram ontem [quinta-feira] estabelecidos”, assegurou, esperando agora que estes “sejam ágeis” e “tenham uma aplicação prática e rápida”, porque a Madeira não pode “ficar à espera eternamente que essa ajuda chegue”.

Segundo Cafôfo, é preciso “muito mais do que solidariedade ou do que um abraço”, já que o apoio tem que ser efetivado “em ajudas concretas”.