A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, avançou este domingo que o incêndio de Arouca, que evoluiu para o concelho de S. Pedro do Sul, está 70% dominado.

“O incêndio ainda não está completamente dominado, temos 70% dominado e 30% para combater”, disse a ministra aos jornalistas, após uma visita realizada ao final da tarde ao posto de comando de S. Pedro do Sul.

A governante frisou que, este domingo, estiveram, no combate às chamas, onze meios aéreos, e disse esperar que, “com o entrar da noite e com a humidade”, os cerca de 700 bombeiros que se encontram atualmente no terreno possam “debelar [o incêndio] durante esta noite”.

Constança Urbano de Sousa considerou que este não é o momento para fazer “uma análise da forma como este incêndio foi combatido”, mas sim de deixar trabalhar bombeiros, presidentes de câmara, Instituto Nacional de Emergência Médica, pilotos e Forças Armadas.

“Temos que deixar primeiro combater, vencer esta batalha, que é uma batalha dura, mas que vamos vencer, no meio desta guerra que temos que são os incêndios florestais”, sublinhou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A governante disse que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, haverá “uma acalmia do tempo a partir da próxima semana”, o que permitirá que os bombeiros descansem.

“Eles vão sendo rodados com aqueles que estão a sul do país e que não têm tido uma tarefa muito exigente. Naturalmente aqueles que são do local, poderão estar mais exaustos, mas existe sempre essa preocupação de os rodar”, garantiu.

Questionada sobre as avarias registadas nos meios aéreos que vieram apoiar Portugal, a ministra afirmou que “têm sempre pequenos problemas, mas todos eles vêm acompanhados de uma equipa técnica que está sempre a fazer as reparações que são necessárias”.

“É normal que muitas vezes existam pequenas avarias ou pequenas falhas técnicas, mas para isso é que existe, nas bases aéreas, todo um dispositivo de técnicos que reparam prontamente, muitas vezes da noite para o dia, até de uma hora para a outra e, portanto, estão neste momento operacionais”, acrescentou.

Segundo Constança Urbano de Sousa, estes meios aéreos deverão manter-se em Portugal enquanto forem precisos. “Vão manter-se agora aqui, e vão prestar seguramente amanhã (segunda-feira), se for necessário, ainda um contributo muito prestimoso”, acrescentou.

Instada a comentar queixas relativas à falta de alimentação, a ministra disse não acreditar “que haja bombeiros que passem fome, porque além de a proteção civil assegurar a alimentação, toda esta catástrofe gerou uma enorme onda de solidariedade, com as pessoas a doarem bens”, causando até muitas vezes “alguma dificuldade logística nas corporações”.

“Provavelmente naquele momento não tinha acesso a uma refeição, mas seguramente que essa refeição estava garantida”, explicou.

Pelas 20h40, eram dois os incêndios de grandes dimensões que lavravam no território continental, mobilizando cerca de 1.100 operacionais: em São Pedro do Sul, Viseu, e em Celorico da Beira, distrito da Guarda, segundo a página da Proteção Civil

O incêndio de Celorico da Beira, na freguesia de Mesquitela, que deflagrou na tarde deste domingo, contava com 86 operacionais e 25 meios terrestres.

Em São Pedro do Sul, o incêndio causou, no sábado, um ferido grave, que se encontra internado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e que segundo a Unidade de Queimados, do hospital, mantém “prognóstico reservado”.

O técnico não estava integrado em nenhuma das equipas coordenadas pela Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), disse à Lusa esta entidade, sublinhando que este facto não diminui em nada o impacto do acidente. A vítima é um supervisor da Adocelca que andava na sua viatura quando foi surpreendido pelas chamas. Não é um operacional, não está integrado nas equipas. É um civil, adiantou à Lusa a proteção civil.

Às 20h40 mantinham-se ativos 70 incêndios florestais, em Portugal Continental, cujo combate envolvia 2541 operacionais e 835 meios terrestres, segundo a página da Proteção Civil.