Os primeiros sete dias de Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro foram pautados por inúmeros casos de violência, avança a Amnistia Internacional numa nota enviada ao Observador. Foram registados quase cinco feridos por dia, resultantes de 59 tiroteios que tiveram lugar nas ruas do Rio, sobretudo nas favelas e periferia.

Morreram 14 pessoas morreram e outras 32 ficaram feridas depois dos tiroteios, segundo a organização. “Entre os mortos estão 11 civis e três agentes de segurança. As informações são do aplicativo Fogo Cruzado, da Amnistia Internacional”, informa.

“No Complexo do Alemão, onde foram registados tiroteios diários de terça-feira a sexta-feira dessa semana, o funcionamento do teleférico ficou suspenso. A Clínica da Família também ficou fechada um dia por conta dos disparos. Desde que o aplicativo Fogo Cruzado entrou no ar, o Complexo do Alemão esteve entre as três regiões que mais recebem notificações, com índices de notificações comparáveis a municípios inteiros, como São Gonçalo e Duque de Caxias.”

As notícias no Rio de Janeiro têm seguido nessa toada, com tiroteios registados em Copacabana e Ipanema nos últimos dois dias. Também o centro de imprensa da competição de hipismo dos JO foi atingido por um tiro. Há sensivelmente uma semana, um autocarro que transportava jornalistas foi atacado, ficando por saber se foi por pedras ou tiros. Há duas versões, dividindo autoridades e jornalistas.

Há cinco dias um agente da Força Nacional foi baleado na cabeça, depois de um ataque a um carro de patrulha, que entrou por engano no complexo de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. “O ataque à Força Nacional aconteceu na quarta (10), depois de três agentes da corporação entraram por engano na favela”, pode ler-se no Globo. “Após ser baleado na cabeça e socorrido em estado grave no Hospital Salgado Filho, Hélio [Andrade] foi operado por uma equipa de três neurocirurgiões durante 4 horas e meia. Ao ser ferido, o soldado perdeu muita massa encefálica.”

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