O segundo comandante do Comando Aliado de Transformação da NATO manifestou, em declarações à agência Lusa, a disponibilidade da Aliança Atlântica para ajudar Portugal no combate a incêndios, com meios aéreos ou humanos.

“Em primeiro lugar é Portugal que é responsável pelo combate aos fogos. No passado, a NATO, sobretudo através da Alemanha, apoiou Portugal. Eu acredito que se for necessário e Portugal pedir, apoiaremos Portugal”, afirmou o almirante Manfred Nielson, segundo comandante do Comando Aliado de Transformação da NATO, sediado nos Estados Unidos, em Norfolk, Virgínia.

Manfred Nielson adiantou que esse apoio depende do que o país solicitar, podendo passar por meios aéreos, como helicópteros, ou pessoal, incluindo brigadas de bombeiros, à semelhança do que aconteceu em 2003, quando a Aliança Atlântica cedeu a Portugal aviões ‘Canadair’ e helicópteros pesados e tripulação para combate de incêndios.

O almirante falava à Lusa após a tomada de posse de Mário da Salvação Barreto, brigadeiro-general da Força Aérea, como comandante do centro de investigação analítica da NATO (Joint Analysis and Lessons Learned Centre), localizado em Lisboa.

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É a primeira vez que um português assume o comando desta unidade, que é responsável por estudar operações e exercícios e propor melhorias. A redução de vítimas civis no Afeganistão teve origem num estudo realizado neste centro, por exemplo.

Uma tarefa que Mário da Salvação Barreto considera que assume “um papel estratégico muito grande” perante a incerteza causada pelo terrorismo global.

“Assume especial importância estudarmos bem e percebermos bem os fenómenos. Aqui há uma mistura de analistas civis e militares com experiências diferentes e de diferentes culturas e isso pode trazer uma análise muito boa e providenciar às 28 nações aliadas uma decisão melhor do que fazer, face à situação de segurança mundial”, disse Salvação Barreto à Lusa.

Para o brigadeiro-general “é um orgulho, uma honra, um privilégio” assumir esse papel, que, defende, “representa também um pouco a evolução da própria Aliança”.

“Teve comandantes de outras nacionalidades e quando foram reestruturados os comandos foi decidido que o comando rodaria entre a Roménia e Portugal”, afirmou.

Manfred Nielson destacou a experiência diversificada de Salvação Barreto, aproximando-se da chamada “visão de 360 graus” da NATO.

“No passado, na Guerra Fria era muito fácil, todos sabiam e estavam conscientes de quem era o inimigo. Hoje falamos de uma visão de 360 graus, para enfrentar desafios diferentes com diferentes impactos”, declarou Manfred Nielson.

A NATO é uma aliança militar fundada em 1949 e atualmente composta por 28 países, que tem sede em Bruxelas, na Bélgica, da qual Portugal é membros fundador.