Em 1956, a equipa Ecurie Ecosse, com Ninian Sanderson e Ron Flockhart aos comandos de um Jaguar D-Type, venceu as 24 Horas de Le Mans. Passaram-se 60 anos, mas neste caso “a idade é um posto” e o modelo britânico ainda está aí para as curvas.

Surgiu em Monterey, na Califórnia, onde decorre o incontornável Concurso de Elegância de Pebble Beach. Adaptado para poder circular legalmente na via pública, o modelo britânico sujeitou-se ao “teste do martelo” e passou com distinção no leilão que decorreu no Portola Hotel & Spa. Foi arrematado por 19,2 milhões de euros (21,8 milhões de dólares) – ninguém deu mais –, o que lhe acrescenta ao currículo nova proeza: é o automóvel inglês mais caro de sempre. Grande lance.

Mas, afinal, que atributos tem a estrela no arranque deste leilão de automóveis? Primeiro, há que escrevê-lo com frontalidade, este carro é um sobrevivente. Dos 49 carros que se apresentaram na grelha de partida em Le Mans, só 14 concluíram a difícil prova de resistência. E este é o único dos C-Type e D-Type que correram em Le Mans que continua intacto e fiel à sua construção original. E, como se isso não bastasse, ficou para contar a história num excelente estado de conservação. Isso tem um preço.

Segundo, o D-Type só foi fabricado entre 1954 e 1957, estimando-se que a produção total se tenha ficado por 18 modelos de competição (este roadster venceu três anos consecutivos as 24 Horas de Le Mans, entre 1955 e 1957), 53 veículos de particulares e 16 versões XKSS. Ou seja, este Jaguar é uma raridade, tanto mais que foi o primeiro D-Type de competição a ser produzido. Isso tem um preço.

Terceiro, o sucessor do C-Type, do qual herdou, aliás, muita da mecânica, é animado por um bloco de seis cilindros em linha, com três carburadores Webber de 45 mm e 3,4 litros de capacidade, capaz de pôr a relinchar 250 cv que lhe permitem superar a barreira dos 260 km/h. Para o fazer, o novo proprietário desta relíquia só terá de confiar na suspensão frontal independente, acelerar e ir passando caixa (de quatro velocidades). E ter fé nos travões de disco que freiam o ímpeto deste Jaguar e que, à época, eram uma inovação de respeito. Isso tem um preço. Avalie por si.

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