Um extremista islâmico do Mali acusado de autoria e participação na destruição de mausoléus em Tombuctu considerou-se culpado esta segunda-feira perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia. “Lamento dizer que tudo o que ouvi aqui é verdade e reflete o que aconteceu”, afirmou Ahmad Al Faqi Al Mahdi, após a leitura da acusação, tendo-se considerado culpado.

Nas declarações iniciais, Al Mahdi disse sentir um “arrependimento profundo e uma grande dor”, e deixou um conselho aos muçulmanos de todo o mundo, para não fazerem atos semelhantes. “Não vão levar a nenhum bem para a humanidade”, disse o acusado, de acordo com o The Guardian. Aos juízes, disse esperar que o tempo que passará na prisão “seja uma forma de purgar os espíritos maus que me tomaram”.

3 fotos

Al Mahdi é o primeiro réu a considerar-se culpado num julgamento por crimes de guerra, no Tribunal de Haia. O extremista do Mali ordenou os ataques contra Tombuctu, no Mali, no ano de 2012, tendo destruído 14 dos 16 mausoléus da cidade, entre os quais estruturas classificadas como património da humanidade pela UNESCO. O jornal britânico escreve que os rebeldes invadiram a cidade de Tombuctu em 2012, apoiados pela Al-Qaeda do Magrebe, tendo implementado a sharia, banido a música, obrigado as mulheres a utilizar a burca e impedido as raparigas de ir à escola.

Mahdi, que é natural de uma aldeia a cerca de 100 quilómetros de Tombuctu, foi entregue ao Tribunal Penal Internacional pelo governo do Níger, e enfrenta uma sentença máxima de 30 anos de prisão. Apesar disso, os procuradores responsáveis pelo caso explicam que provavelmente Mahdi será condenado a uma pena de nove a 11 anos de prisão. A decisão deverá ser conhecida dentro de uma semana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR