771kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Feyisa Lilesa ganhou a medalha de prata mas pode ser morto ao chegar a casa

Este artigo tem mais de 5 anos

Feyisa Lilesa fez um gesto de protesto contra o governo etíope ao cortar a meta da maratona, e admitiu que poderá ser preso ou morto ao regressar ao seu país. Protestava contra as mortes do seu povo.

Os braços cruzados em cima da cabeça representam o apoio ao povo Oromo, que tem sido muito afetado pela brutalidade policial na Etiópia
i

Os braços cruzados em cima da cabeça representam o apoio ao povo Oromo, que tem sido muito afetado pela brutalidade policial na Etiópia

AFP/Getty Images

Os braços cruzados em cima da cabeça representam o apoio ao povo Oromo, que tem sido muito afetado pela brutalidade policial na Etiópia

AFP/Getty Images

Quem viu o maratonista Feyisa Lilesa a passar a meta, no Rio de Janeiro, e a celebrar com os braços cruzados acima da cabeça, não terá dado grande importância ao gesto do atleta, nem sequer percebido o quão perigoso era aquele momento. “Se voltar para a Etiópia, se calhar vão matar-me”, reconheceu Lilesa a seguir à prova. Tratava-se de um símbolo de protesto contra o governo etíope, que tem sido responsável pela morte de centenas de pessoas do povo Oromo, o maior grupo étnico do país, e do qual Lilesa faz parte.

Este gesto tem sido utilizado pelos manifestantes na Etiópia, que se têm revoltado contra o governo do país devido aos planos de expansão da capital, Adis-Abeba, em que se prevê utilizar as terras da tribo Oromo e retirar de lá os nativos. De acordo com o The Washington Post, grande parte destes protestos têm terminado em matanças brutais por parte das autoridades. A Human Rights Watch revela que desde novembro já foram mortas mais de 400 pessoas, sobretudo civis.
O governo terá recuado nos planos para expandir a cidade para os terrenos dos Oromo, mas os protestos continuam, com os manifestantes a condenar as detenções arbitrárias. A Amnistia Internacional denunciou, no início de agosto, que pelo menos 97 pessoas foram mortas num protesto pacífico na capital.

Na conferência de imprensa após a prova, Lilesa explicou o gesto. “O governo etíope está a matar o meu povo, por isso eu fico do lado dos manifestantes em todo o lado. Oromo é a minha tribo. Os meus familiares estão na prisão e se falarem de direitos democráticos são mortos”, disse o atleta aos jornalistas. As consequências do gesto chegaram à Etiópia rapidamente. A televisão pública do país nem sequer transmitiu imagens da chegada de Lilesa à meta, e o atleta já pensa em não regressar ao país natal. “Se voltar para a Etiópia, se calhar vão matar-me. Se não me matarem, colocam-me na prisão. Ainda não decidi, mas provavelmente vou mudar-me para outro país”, garantiu o maratonista.

Feyisa Lilesa repetiu o gesto em frente aos jornalistas, no final da prova:

Mas Lilesa enfrenta outro problema. O Comité Olímpico Internacional proíbe expressamente os protestos políticos nas provas, e poderá até, em última instância, retirar a medalha ao atleta. Na mesma conferência de imprensa, Lilesa disse não se importar. “Não posso fazer nada quanto a isso. Fiz o que devia. Tenho um problema no meu país, e é muito perigoso fazer lá um protesto”, explicou, acrescentando que irá discutir com os seus familiares o que fará no futuro. Ao Let’s Run, o maratonista admitiu a possibilidade de se refugiar nos Estados Unidos ou no Quénia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver oferta

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.
Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos