Uma prisão exclusiva para pessoas pertencentes à comunidade LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo) está a ser testada na Tailândia. A prisão pretende proteger os reclusos de abusos sexuais por parte dos outros presos.

Em 2015 a ativista tailandesa pelos direitos LGBTI Nachacha Kongudom foi presa, depois de ter participado num protesto pacífico numa sala de cinema. Kongudom foi condenada e enviada para uma prisão de homens.

A ativista é transgénero e, embora tenha pedido para ser enviada para uma prisão de mulheres, as autoridades afirmaram que ela ainda era um homem. Na Tailândia não há nenhuma legislação que afirme que as mulheres transexuais sejam do sexo feminino, sendo por isso ainda consideradas como homens.

Quando chegou à prisão, Nachacha foi obrigada a despir-se frente a homens para um exame físico e terá sido também alvo de abusos verbais por parte de outros prisioneiros.

Durante o tempo em que esteve presa, Kongudom seria posta numa cela “à parte” e não poderia sair para o jardim porque “seria demasiado chocante” para os outros presos, como afirmou à jornalista Ana Salvá. No entanto, a ativista não chegou a passar um dia na prisão já que a sua fiança foi paga e ela saiu em liberdade.

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Terá sido este acontecimento e os grandes protestos no seio da comunidade LGBTI que levaram a que o Departamento de Correção tailandês anunciasse a transformação da prisão Minburi, em Banguecoque, numa instituição exclusiva para membros da comunidade LGBTI.

Este projeto foi bem recebido por parte da comunidade, mas houve também quem considerasse que esta medida podia “fomentar a exclusão”. O ativista Phongsathon Chankaew mostrou-se favorável a este tipo de prisões, mas considera que a permanência nestas prisões devia ser uma escolha de cada um dos reclusos.

Segundo os dados avançados pelo El País, nas prisões da Tailândia existem 4.448 pessoas que se classificam como LGBTI – 2.258 mulheres, 2.156 homens e 34 transexuais -, representando 1,5% do total de presos no país.