Os enfermeiros do Hospital de Guimarães começaram esta terça-feira uma greve de quatro dias em protesto contra as 18.500 horas “em dívida” e pela semana de trabalho de 35 horas, exigindo ainda a contratação de mais profissionais.
Em declarações aos jornalistas, a representante do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Guadalupe Simões, explicou que o protesto “está dividido por dias e serviços”, mostrando-se agradada com os 70% de adesão do primeiro turno desta manhã.
Segundo a sindicalista, se houvesse mais profissionais de enfermagem naquela unidade hospitalar os enfermeiros não estariam a ser “explorados” como, afirma, estão a ser atualmente, tendo mais de 18 mil horas “em dívida”.
“Isto significa menos 132 enfermeiros que deviam estar aqui a trabalhar e não estão, razão pela qual estes [enfermeiros] estão sobrecarregados”, afirmou.
Guadalupe Simões apontou como razões pelo protesto que se inicia esta terça-feira, além daquelas horas em divida, “a questão da semana de 35 horas de trabalho não se aplicar a todos os enfermeiros, nomeadamente aos com contrato individual de trabalho”, questão que, disse, “foi colocada ao conselho de administração, que não deu resposta”.
A sindicalista reclamou ainda contra o congelamento da progressão de carreiras no Serviço Nacional de Saúde (SNS): “Há uma saída de profissionais do SNS, para o [setor] privado e para fora porque desde 2005 não há progressão de carreiras e essa é outra das nossas exigências”, disse.
“Não é possível manter enfermeiros peritos no SNS se esses peritos nãos forem valorizados e uma dessas formas é através da progressão de carreira”, avisou.
O sindicato apontou ainda o dedo ao sistema de certificação hospitalar.
“Não conseguimos perceber como é que este hospital é continuadamente certificado mas mantém-se a exploração destes profissionais”, referiu.