O nome “startups” serve para designar empresas que estão em fase de arranque e que querem um crescimento rápido — e há boas notícias para elas. Mais de metade das startups portuguesas (52%) ultrapassam o terceiro ano de atividade, segundo divulgou um estudo que analisou o setor entre 2007 e 2015, realizado pela Informa D&B.
Mais: no mesmo período de tempo, cerca de dois terços das empresas (67%) sobreviveram ao primeiro ano de atividade, com 41% das startups a chegarem ao quinto ano, atingindo assim a idade adulta. Já no sétimo ano, apenas um terço delas mantém atividade.
A capacidade de sobrevivência das empresas varia consoante o setor de atividade, com a agricultura, a pecuária e a caça a representarem o setor com a taxa mais elevada — 59% das startups consegue chegar ao quinto ano de portas abertas. Os transportes (46%) e as telecomunicações (45%) não ficam muito atrás, sendo que o alojamento e restauração e a construção (33% para ambos) são as áreas com um tempo de vida mais curto.
Os números refletem ainda uma outra realidade, uma vez que o estudo “Empreendedorismo 2007-2015” dá conta que as startups foram responsáveis por 18% do novo emprego gerado entre 2007 e 2014 no tecido empresarial — considerando as que chegam até aos cinco anos de vida, a percentagem sobe para 46%.
A isso acrescenta-se o elemento feminino: é nas empresas mais jovens que se assiste a uma maior proporção de mulheres no topo, com a gestão e liderança femininas nestas empresas a atingir 35,2% e 32,3%, respetivamente.
O investimento, esse, tem algum sotaque, até porque mais de um quarto das startups em Portugal com controlo de capital estrangeiro são espanholas e americanas (18,4% e 10,6%, respetivamente).
Gestores estreantes e ADN inovador
Só entre 2007 e 2015 foram criadas 309.550 empresas e outras organizações, o que dá uma média anual de 34 mil, das quais 31 mil são empresas.
O estudo dá conta que as startups viram a luz do dia pelas mãos de uma média de 47 mil empreendedores por ano, a maior parte deles estreantes no cargo e profissão (64%), sendo que 76% assumiu a gestão das empresas que viram nascer.
Aliás, de 2010 a 2014, 94% destas empresas foram fruto de iniciativa privada, tendo como sócios pessoas singulares.
Refere o estudo que são muitas as empresas que marcam tendências e que estão à frente em indicadores importantes, seja na criação de emprego seja pelo seu perfil exportador. E, já agora, 2015 foi o melhor ano para o empreendedorismo em Portugal, com o maior número de novas empresas desde 2007 (35.555 startups).