Mesmo numa marca em que até o modelo mais acessível custa tanto quanto um apartamento, há sempre espaço para um encaixe financeiro extra. E a McLaren tem vindo a tirar pleno partido da apetência que os mais endinheirados têm manifestado pelas criações da sua divisão de veículos especiais, a MSO (McLaren Special Operations).

Tanto assim é que têm sido recorrentes os anúncios de novos projectos desenvolvidos por esta autêntica fábrica de sonhos. O mais recente dá pelo nome de MSO HS (acrónimo de High Sport) e consiste num superdesportivo de conceito, no fundo, bastante simples: pegar no 675 LT, aligeirá-lo, aumentar a potência, fazer incidir o foco na eficácia dinâmica e introduzir uma aerodinâmica aperfeiçoada.

Aqui, primeira referência para a enorme asa traseira, por sinal inspirada na do P1, cuja produção terminou em 2015. Ao contrário do que acontece no modelo da McLaren destinado exclusivamente a uma utilização em circuito, neste caso, a asa traseira não é fixa: não só muda de posição para criar diferentes perfis aerodinâmicos para o MSO HS, em função da condução praticada, como funciona enquanto travão aerodinâmico na travagem. Mas nem por isso deixa de ser capaz de gerar uma downforce de 220 kg a 240 km/h, mesmo que este valor seja um terço do conseguido pelo P1…

Por outro lado, e apesar de a carroçaria ser já em fibra de carbono, a McLaren decidiu declarar guerra ao peso e recorreu profusamente a este material, tão leve quanto resistente, para a conseguir vencer. No MSO HS, também são em carbono o pára-choques e o splitter dianteiros, o difusor traseiro, o compartimento do motor, as saias laterais, o capot e o tejadilho. Ao mesmo tempo, o vidro do pára-brisas é o mais leve que a McLaren conseguiu encontrar, a cobertura do motor é em policarbonato, o escape é em titânio forjado e as soberbas bacquets provêm do P1 – construídas em fibra de carbono, permitem poupar 15 kg, mas, se forem revestidas a Alcantara, e não em couro, poupam-se mais 3,5 kg.

Mais uma vez com o fito de reduzir o peso, no interior, os comandos do ar condicionado passaram das portas para a consola central e a fibra de carbono volta a ser o material preferido para revestimento (o logótipo HS aplicado um pouco por toda a parte lembra em permanência, quem segue a bordo, que se encontra num automóvel muito especial…). E que para que ninguém esqueça que, apesar de autorizado a circular na via pública, é em pista que o MSO HS revela o melhor de si, lá estão os cintos com quatro pontos de fixação e o evoluído sistema de telemetria MTT (McLaren Track Telemetry).

O motor, esse, é o conhecido 3.8-V8 biturbo, que já oferecia 675 cv e 700 Nm no 675 LT, e disponibiliza aqui 688 cv, sem alteração do binário máximo, mas estando este sempre disponível entre as 3.000 rpm e as 7.000 rpm, em qualquer dos modos de condução disponíveis. Ainda por revelar, as prestações serão, decerto, de tirar a respiração, como parece confirmá-lo a introdução de um sistema de travagem aperfeiçoado com disco carbocerâmicos.

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